Um juiz federal dos Estados Unidos diminuiu em US$ 55 milhões uma indenização, a qual associa o defensivo Roundup, da Bayer, a câncer. A companhia continua envolvida em casos parecidos nos EUA. A indenização em questão é a do jardineiro do norte da Califórnia Edwin Hardeman, a quem um júri concedeu compensação de cerca de US$ 80 milhões por considerar que seu caso de linfoma não-Hodgkin estava ligado ao uso de Roundup.
O caso foi o segundo de três que a Bayer perdeu relacionados à segurança do Roundup, um produto adquirido pela Bayer no ano passado por meio da compra da Monsanto. O juiz Vince Chhabria disse que os US$ 75 milhões em indenização punitiva do caso foram excessivos se comparados com os US$ 5.3 milhões em indenizações de outros tipos. O juiz afirmou que US$ 20 milhões em indenização punitiva, ou aproximadamente quatro vezes os danos compensatórios, seriam mais apropriados de acordo com as diretrizes da Suprema Corte dos EUA.
“Com base nas evidências do julgamento, a Monsanto merece ser punida”, escreveu Chhabria em sua decisão na segunda-feira. O juiz concluiu que, embora ainda não haja unanimidade científica sobre a ligação entre glifosato e linfoma não-Hodgkin, a companhia não investigou se o produto poderia ser carcinogênico. A Bayer disse que a redução da indenização é um passo na direção certa, mas que ainda pretende recorrer porque a decisão do júri vai contra evidência científica e as conclusões de reguladores ao redor do mundo.
Jennifer Moore, advogada de Hardeman, disse que discorda da redução da indenização, mas considerou uma “grande vitória” que o juiz não tenha anulado totalmente a indenização, conforme pedia a Monsanto. No caso de Hardeman, ao contrário dos outros dois do tipo que a Bayer perdeu, jurados primeiro consideraram se a ciência mostra um link entre Roundup e seu linfoma não-Hodgkin, antes de se debruçarem sobre a questão da culpabilidade da Monsanto. Com a decisão de reduzir a indenização, as ações da Bayer trabalham em alta na bolsa de Frankfurt.
Fonte: Globo Rural