O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou o cancelamento de compras de soja da China de 136 mil toneladas nos EUA da safra 2018/19. No mesmo comunicado, a instituição anunciou uma nova compra da nação asiática de 130 mil toneladas da safra velha e outra, do mesmo volume, feita por destinos não revelados. O movimento confirma que, de fato, os chineses têm buscado adiar os embarques de soja americana.
A China pediu aos Estados Unidos que adiem carregamentos de soja de julho para agosto. Os embarques estavam programados para o próximo mês, porém, compradores chineses alegam que sua capacidade de armazenamento estaria limitada, segundo informação da agência de notícias Bloomberg. Fontes ligadas ao caso disseram ainda que se trata de um volume de aproximadamente dois milhões de toneladas.
“Não se trata de um washout ainda. Mas é estranho esse pedido. De repente querendo que todos os embarques de julho sejam postergados em um mês”, disse a fonte. Para o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, “esta é mais uma estratégia de mercado dos chineses. Eles estão originando no Brasil, e originando muito bem”.
Diante disso, os prêmios seguem se fortalecendo no Brasil e, segundo Fernandes, essa é uma tendência que deve continuar. Somente nos primeiros 13 dias de junho, a valorização chega a superar os 6% em algumas posições de entrega no porto de Paranaguá.
“Os compradores seguem muito ativos, mas tem evitado ao máximo entregar as altas agora. Ainda não chegamos no segundo semestre e será no segundo semestre que sentiremos a escassez de produto”, acredita o executivo. Afinal, 2019 já registra um acumulado de embarques de soja acima do mesmo período do ano passado, quando o Brasil exportou o recorde de 84 milhões de toneladas de soja.
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