O preço do leite pago ao produtor registrou o quarto mês de alta. Segundo a Scot Consultoria, no pagamento realizado em abril, que remunera a produção de março, o aumento foi de 0,90%, considerando a média nacional.
A variação, no entanto, ficou abaixo das altas registradas nos dois últimos pagamentos, que foram de 4,10% e 2,90%, respectivamente.
Na média dos 18 estados pesquisados pela empresa, o produtor recebeu R$ 1,249 por litro, considerando o leite padrão. Em relação ao mesmo período do ano passado, o preço do leite está 13,8% mais alto, em valores nominais.
Já o valor médio, considerando as bonificações por qualidade e volume, ficou em R$ 1,612 por litro, sem o frete.
Captação
A queda na produção de leite nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste mantém o mercado sustentado, mesmo sem muitas novidades do lado do consumo interno.
Em março, o volume captado pelos laticínios (média nacional) caiu 0,60%, e em abril a queda esperada é de 0,70%, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação.
Tendência
Para o pagamento a ser realizado em maio, que remunera a produção entregue em abril, 72% dos laticínios pesquisados acreditam na manutenção no preço do leite ao produtor; 24% estimam alta e os 4% restantes falam em queda, em relação ao pagamento anterior.
Ou seja, no Brasil central e no centro-sul, o viés do mercado é de manutenção da ligeira alta das cotações.
Dentre as empresas que estimam recuos nos preços pagos ao produtor no próximo pagamento, a ser realizado em maio, todas estão na região Nordeste.
Para o pagamento de junho (produção de maio), a pressão de baixa começa a ganhar força no Sul do país, com o aumento da produção nos estados em questão.
Importações
As importações de lácteos recuaram em março na comparação mensal, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No mês, o volume reduziu 33,4%. Os gastos também caíram na mesma proporção, 32,5%, em igual comparação.
O principal produto adquirido no período foi o leite em pó, que representou 57,3% do total comprado. A aquisição do produto na comparação mês a mês caiu 46,7%.
Os maiores fornecedores, em volume, foram a Argentina e o Uruguai, representando 66,9% e 22,2% do total embarcado, respectivamente.
O recuo no volume internacionalizado pode ser explicado pela menor produção de matéria-prima nos principais fornecedores e também pela alta do dólar, que reduziu a atratividade de compra dos produtos no âmbito externo.
Apesar da diminuição na comparação mensal, no primeiro trimestre as importações cresceram 45,6% em volume na comparação anual.
No parcial de abril, até a terceira semana, a média diária foi de US$ 1.90 milhão em gastos com as importações de lácteos (aumento de 1% na comparação mensal e queda de 0,40% em relação a abril de 2018).
Scot Consultoria