Soja: estoques elevados nos EUA reduzem patamar de negócios no Brasil
As negociações da soja vinham ocorrendo a preços menores no mercado brasileiro na última semana. Mesmo com a quebra na produção nacional, o estoque final nos Estados Unidos é estimado em volume recorde.
Esse cenário pressionou os contratos futuros norte-americanos e também os prêmios de exportação no Brasil (devido à consequente menor competitividade externa) na maior parte do período, resultando em diminuição na paridade de exportação da soja nacional.
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a pressão esteve atrelada à depreciação do dólar. Na sexta-feira (15/3), porém, as cotações internacionais subiram, impulsionando os preços no Brasil.
No mercado spot, o Indicador Esalq/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) fechou a R$ 78,73/saca de 60 kg na sexta, praticamente estável (+ 0.1%) em relação ao do dia 8 de março. No mesmo comparativo, o Indicador Cepea/Esalq Paraná subiu ligeiro 0.2%, a R$ 73,38/saca no dia 15.
Milho: possível maior oferta pressiona valores internos
Os preços do milho, que estavam em alta desde o início de novembro do ano passado, agora estão caindo no mercado brasileiro. Segundo colaboradores do Cepea, a pressão vem do avanço da colheita da safra de verão e do bom desenvolvimento da segunda temporada, que gera expectativa de oferta elevada. A menor competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional também influencia as baixas domésticas.
Assim, após ter atingido no início de março o maior patamar nominal desde agosto de 2018, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (referência região de Campinas – SP) vem registrando quedas sucessivas. De 8 a 15 de março, a baixa é de expressivos 6%, com o indicador fechando a R$ 39,61/saca de 60 kg na sexta-feira (15). Os preços também recuaram em outras regiões, como no oeste paranaense e em Maracajú (MS).
Cepea