A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assegurou à comitiva formada por representantes da cadeia produtiva do leite do Rio Grande do Sul, que o governo estuda a adoção de uma medida compensatória para que as importações de leite em pó da Europa e da Nova Zelândia não prejudiquem o setor lácteo brasileiro.
A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, que participou do encontro realizado em Brasília. “Saímos convictos de que esta medida compensatória deva ser anunciada em até 30 dias, pois a ministra garantiu que a mesma está sendo desenhada pelo governo”, revela. O encontro correu nessa terça-feira.
A ministra Tereza Cristina também se comprometeu a repassar os pleitos da cadeia produtiva do leite gaúcho quanto às instruções normativas 76 e 77 à Câmara Setorial do Leite e afirmou que recebeu pedidos semelhantes de outros estados.
Segundo Guerra, produtores e indústria solicitaram que a aplicação da nova legislação não exclua ninguém do processo produtivo. “Demonstramos que somos favoráveis às melhorias contínuas, mas que há pontos que precisam ser trabalhados e implementados de forma gradativa”, disse.
A Câmara Setorial do Leite será acionada em breve, segundo garantiu a ministra, já que as Instruções Normativas (INs) estão previstas para vigorar a partir de 30 de maio.
“Ela entendeu que a implementação dos novos índices precisa ser gradual, mas precisa consultar o corpo técnico do ministério para avaliar como isso pode ser ajustado”, afirmou Guerra.
Os pleitos foram entregues oficialmente em documento idealizado pelas entidades Sindilat, Fetag, Apil, Emater, IGL, Fecoagro, Farsul, SEAPDR, Findesa, Famurs, Asamvat e Avat. Sobre as compras governamentais de leite em pó com objetivo de retirar excedente do mercado (assunto que não estava na pauta da reunião), a ministra garantiu que o tema está em discussão.
Também participou do encontro o presidente da cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, associado ao Sindilat, que falou sobre a importância das mudanças nas INs para que produtores não sejam excluídos da atividade leiteira.
“Só nós teremos mais de 50% dos produtores afetados”, declarou. A reunião foi marcada pela presença do deputado federal Heitor Schuch e contou com a participação de outros parlamentares como Afonso Hamm, Dionilso Marcon e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária da Câmara dos Deputados, Alceu Moreira.
Agrolink