O presidente Jair Bolsonaro confirmou hoje, por meio de seu perfil no Twitter, que os produtores de leite serão compensados após o fim das tarifas às importações de leite em pó da União Europeia e Nova Zelândia. Na prática, o governo deve aumentar a tarifa de importação de leite em pó oriundo da União Europeia, conforme o Valor informou.
Na semana passada, o Ministério da Economia retirou as tarifas antidumping incidentes sobre as importações de leite em pó da União Europeia e da Nova Zelândia, o que provocou grande reação contrária da bancada ruralista no Congresso e de entidades de produtores.
“Comunico aos produtores de leite que o governo, tendo à frente a ministra da Agricultura Tereza Cristina, manteve o nível de competitividade do produto com outros países”, afirmou o presidente. “Todos foram, em especial, os consumidores do Brasil”, afirmou Bolsonaro, no Twitter.
Mais cedo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB), disse que o governo aceitou ampliar de 28% para 42,8% a tarifa de importação sobre o leite europeu. A medida ainda está sendo afinada por técnicos do governo e deverá ser publicada na próxima quinta-feira. Moreira não soube informar se será por decreto presidencial ou portaria ministerial.
A decisão foi anunciada hoje em almoço tradicional da bancada ruralista com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e dos secretários do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys (Secretaria Executiva) e Marcos Troyjo (Comércio Exterior e Assuntos Internacionais).
A decisão ocorre quase uma semana após a pasta da Economia ter decidido não renovar as tarifas antidumping, em vigor há 18 anos, contra o leite importado da União Europeia e da Nova Zelândia. “Tivemos hoje a garantia da Casa Civil de que o leite da Europa não entrará no Brasil porque serão mantidos os valores de tarifa equivalente a 42%”, afirmou Alceu.
“Bolsonaro disse que, em virtude do que está acontecendo e da realidade da cadeia do leite, tinha de se achar uma solução e ela está aí”.
O aumento de tarifa só valerá contra o bloco europeu. Na avaliação do governo, o potencial impacto da retomada das exportações de leite neozelandês ao Brasil é bem menor.
Valor Econômico