Com 45.2 milhões de toneladas adquiridas em 2018, o equivalente a US$ 43.3 bilhões gastos em compras no exterior, o Brasil bateu seu recorde de importações de produtos químicos. É o que informa a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) no âmbito da balança comercial setorial.
A entidade aponta que houve aumento de 16,4% no valor monetário das importações na comparação com os resultados de 2017. Em termos de quantidades físicas adquiridas pelo País, o volume representou 4,7% de crescimento em relação ao ano imediatamente anterior.
O grande responsável pelo aumento das importações foi o setor de produtos químicos para o agronegócio. De acordo com a Abiquim, esses números significam uma exponencial expansão do déficit da Balança Comercial de produtos químicos (US$ 29.6 bilhões), uma vez que esses produtos “poderiam ser fabricados no País”.
“Entre os grupos acompanhados, os intermediários para fertilizantes foram, de forma perceptível, o principal item da pauta de importação do setor, com compras de mais de US$ 7.6 bilhões, em 2018, equivalentes a 65,6% (27.3 milhões de toneladas) das 45.2 milhões de toneladas em compras externas de produtos químicos”, informa a entidade sem fins lucrativos que congrega indústrias químicas e prestadores de serviços.
Segundo a Abiquim, entre os principais fatores que levaram a esse aumento do déficit em produtos químicos se destacam: a ligeira retomada da atividade econômica nacional, mais uma forte safra de produtos agrícolas para exportação e os efeitos do desvio de produtos para mercados emergentes, decorrentes da guerra comercial entre as principais potências econômicas mundiais.
“A indústria química pode ser o motor do crescimento do País na próxima década, se tivermos nafta e gás natural a preços internacionais. No tocante à inserção internacional da economia brasileira, a Abiquim sempre foi e continuará sendo favorável a uma abertura comercial responsável, pois ela deve ocorrer concomitante a medidas de redução do Custo Brasil”, afirma o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo.
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