Soja fecha em queda na CBOT com dados fracos das importações da China

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 6,25 a 6,75 centavos. O março/19 fechou cotado a US$ 9,03 ½ e o maio/19 a US$ 9,17 ¼ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa ela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ US$ 2,80 a US$ 3,00. O março/19 fechou cotado a US$ 311,80 e o maio/19 a US$ 315,70 a tonelada curta.

Os dados fracos da China pesaram sobre o mercado da soja na CBOT de nesta segunda-feira (14) e os futuros da commodity terminaram o dia em queda neste primeiro pregão da semana.

As importações de soja da China recuam 7,9% em 2018 para 88.03 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria Geral da Alfândega do país. Segundo informações apuradas pela Reuters, este é o primeiro recuo nas compras de soja da nação asiática desde 2011.

Em dezembro, as importações chinesas caíram 40,1% em relação ao mês anterior e totalizaram 5.72 milhões de toneladas. Ainda segundo a secretaria, em novembro, a China não comprou sequer um grão da oleaginosa norte-americana.

Os números menores são parte dos resultados da guerra comercial instalada, desde meados de 2018, entre China e Estados Unidos. E apesar dos recentes encontros de delegações de ambos os países, um consenso ainda não foi firmado e o mercado só especula sobre uma possível volta da demanda chinesa ao mercado norte-americano.

O vice primeiro ministro chinês, Liu He, deverá visitar Washington entre os dias 30 e 31 de janeiro para ampliar as negociações comerciais entre China e Estados Unidos. O encontro acontece após uma visita da delegação americana a Pequim, no início deste mês, para uma nova rodada de conversas.

Até que mais informações concretas sobre tudo isso comece a surgir e que os dados oficiais do governo norte-americano voltem a ser divulgados, o mercado segue pressionado e esperando por novidades fortes.

O USDA, divulgou apenas parte dos dados, como os embarques semanais que na semana passada totalizaram 1.085.251 toneladas, bem acima das pouco mais de 600.000 toneladas da semana anterior. As informações de que o mercado mais sente falta, porém, são as referente às vendas.

“Sem esses dados, o mercado parecem hesitar em comprar mais soja, preocupado com o fato de os números virem mais baixos do que as expectativas”, disse o analista de mercado Tony Dreibus ao portal internacional Agriculture.com.

Da mesma forma, o mercado ainda espera por uma clareza maior sobre a nova safra da América do Sul, principalmente sobre o tamanho da produção brasileira, que ainda vem contabilizando suas perdas. Os números são os mais variados e oscilam entre a estimativa de 110 a 115 milhões de toneladas da Aprosoja Brasil contra pouco mais de 118 milhões de toneladas da Conab, reportada na última semana.

Mercado Interno

Nesta segunda-feira, a combinação da queda em Chicago mais um recuo do dólar levou a preços menores também no mercado brasileiro. Somente nos portos, as cotações cederam mais de 1%, e no interior do Brasil foram ainda mais intensas, passando de 4%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, aonde a saca foi cotada a R$ 63,00.

No terminal de Rio Grande, no mercado disponível, a saca foi cotada a R$ 75,00, em baixa de 1,70% e a R$ 74,50 para fevereiro, em baixa de 1,72%. Em Paranaguá, queda de 1,71% e 1,82%, com a saca cotada a R$ 74,70 e R$ 74,80, respectivamente.

Milho fecha em leve alta na CBOT

Os contratos futuros do milho na CBOT  fecharam em leve alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,25 a 0,50 centavos. O março/19 fechou cotado a US$ 3,78 ½ e o maio/19 a US$ 3,87 o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 5 a 5,25 centavos. O março/19 fechou cotado a US$ 5,114 ¼ e o maio/19 a US$ 5,19 ¾ o bushel.

Mercado Interno

No mercado interno, o milho se manteve estável na maioria das praças de comercialização. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas a saca subiu apenas nas praças do Oeste da Bahia, Itiquira (MT), Alto Garças (MT), Primavera do Leste (MT) e Rondonópolis (MT), registrando valorizações de 0,75%, 1,63%, 1,63%, 4,17% e 8,00% e cotada a R$ 33,75, R$ 25,00, R$ 25,00, R$ 25,00 e R$ 27,00 respectivamente. Por outro lado, em Panambi (RS) e Ponta Grossa (PR) a saca caiu 1,69% e 2,86%, sendo cotada a R$ 31,50 e R$ 34,00 respectivamente.

Segundo a Agrifatto Consultoria, o plantio do cereal começou mais cedo nesta temporada, com o Paraná já semeando 4,4% da área estimada. Os trabalhos também estão adiantados no MT, onde 1,4% da área já foi semeada. Deste modo, a janela de plantio do cereal deverá ser mais confortável nesta safra, por outro lado, há o risco climático em meio ao recente período quente e seco.

Essa incerteza relativa ao clima tem mantido as cotações fortalecidas, já que possíveis ajustes para baixo da produção, pressionariam para cima os preços propostos. E na expectativa de um novo movimento de alta, produtores retém a matéria-prima. Nesta semana, as variações de preços deverão se relacionar com o clima e com alterações do câmbio. No curto prazo, não há fatores para queda expressiva das cotações do cereal.

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