A Reuters informou na tarde desta quarta-feira que empresas estatais chinesas teriam efetuado a compra de mais de 500.000 toneladas de soja dos EUA no valor de cerca de US$ 180 milhões. Este é o primeiro sinal concreto de que a nação asiática estaria cumprindo sua parte na trégua firmada com o EUA após a reunião do G-20.
Segundo um trader internacional, essa é a primeira grande compra da nação asiática após o “cessar-fogo” temporário de Xi Jinping e Donald Trump – sinal de que as tensões entre as duas maiores economias do mundo estariam começando a diminuir.
“A China estava comprando diretamente nos terminais nesta manhã. Parece que estamos de volta aos negócios agora”, disse um segundo trader à Reuters. Em entrevista à agência nesta semana, Trump já havia dito que as compras estariam sendo retomadas.
“Eu ouvi que eles (os chineses) estão comprando grandes volumes de soja. Eles estão começando agora”, afirmou o presidente norte-americano Donald Trump, em uma entrevista à Reuters nesta semana, aquecendo as expectativas de que o mercado está prestes a ver um acordo firmado entre China e Estados Unidos em torno da oleaginosa.
Trump afirmou ainda que estaria disposto a voltar a se reunir com o presidente chinês Xi Jinping, e que espera saudá-lo por essa volta das compras de soja pela nação asiática no mercado norte-americano. De acordo com o líder dos EUA, as negociações evoluem bem, com boas conversas acontecendo pelo telefone. Além disso, mais reuniões entre os dois governos estariam prestes a acontecer.
Há informações de que a China está prestes a anunciar, ainda neste mês, uma série de compras de soja nos EUA, segundo comunicados oficiais de Pequim, e essa retomada, ao ser efetivada, poderia trazer um alívio considerável aos produtores norte-americanos, que sofrem não só com preços mais baixos, em alguns casos abaixo dos custos de produção, mas também com a dificuldade para armazenar uma safra tão grande.
Segundo os últimos números do USDA divulgados ontem, a temporada 2018/19 deverá se consolidar com uma safra superior a 125.19 milhões de toneladas e estoques finais de 25.99 milhões de toneladas.
No último relatório mensal de oferta e demanda, o USDA estimou a manutenção das exportações norte-americanas de 51.71 milhões de toneladas, enquanto aumentou as do Brasil de 77 milhões para 81 milhões de toneladas. Números de consultorias e instituições brasileiras falam em estimativas ainda mais altas para as exportações em 2018.
Trump está em meio a uma fase delicada da guerra comercial, onde as negociações também são frágeis. O período é de trégua com a China. Porém, a pressão dos mercados financeiros continua crescendo, uma vez que os investidores têm vivido semanas de especulações e tentativas de entender os efeitos de uma possível piora nessa guerra comercial.
Fontes: Reuters Internacional e Bloomberg
