USDA: condição da colheita piora nos EUA

O USDA informou que grande parte das lavouras norte-americanas de grãos ainda não foi colhida e a situação está gradativamente piorando, já que o clima não colaborou com a colheita. Segundo informou o portal Agriculture.com, produtores de soja e milho estão sofrendo bastante com a situação do país.

No caso do milho, o Relatório de Progresso de Safra Semanal do USDA, divulgado no início da semana, indicou que a colheita chegou a 39%, abaixo da expectativa do mercado, que era de 42%. No entanto, o percentual está ligeiramente à frente da média anterior de cinco anos, que era de 35%.

As informações indicam que os agricultores do cinturão do milho oriental estão aproveitando melhor o ritmo da colheita em comparação aos produtores do cinturão ocidental.

Enquanto os agricultores de Illinois têm 71% de seu milho colhido contra a média de 54% em cinco anos, e os agricultores de Indiana têm 51% do milho colhido contra a média de 39% em cinco anos, a região de Iowa colheu apenas 17% e Nebraska 25%.

Com a soja a situação não difere muito, sendo que a colheita chegou a estar 38% completa no início da semana, bem abaixo da média de 53% em cinco anos, e abaixo das expectativas do mercado de 40%. Nesse cenário, o USDA classificou que 66% das lavouras de soja dos EUA estão em boas/excelentes condições, contra 68% há uma semana.

Os produtores de trigo de inverno também estão registrando alguns prejuízos, mesmo que leves, quando comparados com as culturas de soja e de milho. No entanto, eles estão mais otimistas, já que o atraso no plantio pode ser revertido no futuro. Ao todo, o trigo de inverno foi 65% plantado, abaixo da média de cinco anos de 67%.

Preços caíram em todos os mercados

Informações divulgadas pelo analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, indicam que os preços caíram ontem em todos os mercados (soja, milho e trigo). Além disso, Pacheco disse que os corretores de vários estados relatam que os compradores não estão movimentando o mercado.

Segundo o analista, a situação do mercado da soja não está se mostrando muito atraente nos dias que sucederam a eleição do primeiro turno no Brasil, que causou uma forte queda do dólar.

“Só neste mês, a queda é de 7,85%, o que não é pouco”, disse. “Contudo, mesmo com a queda de 0,37% do dólar no dia, mais 0,75% em Chicago e os prêmios terem se mantido inalterados para fevereiro, a pesquisa dos preços médios do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) registrou pequena alta de 0,12% nos preços dos portos, para R$ 90,92/saca”.

Mesmo assim, Pacheco afirmou que a perda do mês é de 4,92%, o que é considerado um percentual alto pelos analistas. Levando em consideração os dados levantados no interior, a pesquisa diária do Cepea apurou a média de R$ 84,31/saca, com queda de 0,18%, elevando a perda mensal para 5,26%.

“Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná, o estado já plantou 47% dos 5.45 milhões de hectares estimados para a safra 2018/2019″, afirmou o analista da T&F. “O plantio de soja da safra 2018/19 no Paraná, o segundo maior produtor nacional, perdeu força na última semana em razão das chuvas e agora está abaixo do observado há um ano”.

Cotação do milho cai e mercado quase para

Os preços do milho para o Brasil já estão quase 10% mais baixos do que havia se apresentando anteriormente, e por consequência está desanimando os vendedores. Segundo Pacheco, esses fatores estão fazendo que o mercado caminhe cada vez mais para a estagnação.

“Se com preços maiores os agricultores e cooperativas não aceitavam vender o milho, com preços quase 10% mais baixos, menos ainda. Os poucos negócios feitos, quer no mercado interno, quer para exportação (esses só para cobrir lotes vendidos anteriormente, porque novos negócios estão praticamente parados), são feitos a contragosto”, informou o analista.

Nesse cenário, o Cepea indicou que houve queda nas cotações médias da BM&F de 0,84% na última terça-feira, para R$ 36,56/saca, aumentando a baixa do mês de outubro para 7,21%. “Já a pesquisa dos preços médios na praça de Campinas registrou queda de 0,44%, para R$ 35,84/saca, aumentando as perdas mensais de outubro para 7,31%”, disse Pacheco.

Além disso, o analista informou que a queda do dólar pode começar a tornar interessante as importações de milho paraguaio. “Os preços CIF nas indústrias brasileiras são de R$ 33,00/saca no oeste do Paraná, contra o preço local de R$ 35,00, e a R$ 36,00 no oeste de Santa Catarina, contra o preço local de R$ 38,00. Falta mais de um terço da safra paraguaia de milho por vender”.

No Paraná, segundo o relatório de acompanhamento semanal do Deral, a safra de milho de verão já está 85% plantada e em boas condições.

 

Fonte: Agrolink

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