Em missão que chefia para ampliar e consolidar mercados na Ásia para produtos do agro brasileiro, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Rangel, realizou reuniões com autoridades de governo que devem possibilitar a assinatura de protocolos como o da venda de melão brasileiro à China. A expectativa é de que a assinatura aconteça em novembro, quando o ministro Blairo Maggi participará da Feira China International Import Expo – CIIE.
Segundo o secretário, foi sinalizada a possibilidade de vinda, em dois meses, de missão chinesa para habilitação final para frigoríficos no Brasil. E houve conversas sobre possível suspensão de medidas que foram tomadas pelo Brasil em relação a fábricas de pescado chineses, em função de auditoria já realizada por técnicos brasileiros.
“Em documento assinado pelas partes, ficamos de consolidar até o fim do ano uma agenda para os ministros da agricultura. E haverá uma visita do ministro das Aduanas da China ao Brasil no fim de outubro, quando deverá encontrar-se com o ministro Blairo Maggi”, disse Rangel.
O secretário substituto de Relações Internacionais do Agronegócio, Leandro Feijó, e equipe técnica tiveram encontro com funcionários do Ministério da Aduana. Depois de mudanças de gestão promovidas nessa área, o trabalho da agência que tratava de demandas de certificação, inspeção, vigilância, certificação foi fracionada e passou a ser distribuída a diferentes agências sob a responsabilidade desse ministério.
Também foi discutido, na China, o surto de peste suína africana que assola o país. “Estamos adotando medidas para, não só manter o comércio funcionando, como para preservar o mercado brasileiro de uma doença que não existe no Brasil desde 1981”, afirmou o secretário do Mapa.
A missão, que está na Arábia Saudita, passou também por Hong Kong e Vietnã. Neste último país houve uma reunião com autoridades locais, como o vice-ministro da Agricultura e sua equipe da área vegetal e animal. “Há expectativas positivas no Vietnã, que incluem frutas e farinhas (subprodutos de origem animal, suínos, aves, bovinos)”, disse Rangel.
Segundo ele, “para suínos e aves, foi obtida sinalização quase que imediata do lado saudita e do lado vietnamita de suspensão de embargo, que aconteceu antes mesmo de qualquer missão”. Já para farinhas de bovinos, “consideram a necessidade de verificação in loco”, afirmou. Para tanto, dever ser marcada uma missão dos vietnamitas ainda neste ano para verificar o status sanitário e avançar nessa negociação. “Com relação a frutas, a intenção é de retomar a agenda que estava estagnada”, acrescentou o secretário.
Em Hong Kong, a reunião serviu para esclarecer pontos, principalmente em relação ao sistema sanitário brasileiro, para tratar de garantias à segurança dos alimentos na exportação e detalhar como funciona todo processo de certificação e de rastreabilidade. “Fizemos apresentações de saúde animal, com informações do diretor Guilherme Marques, e também do ponto de vista de saúde pública”, informou Rangel.
As explicações, segundo ele, “foram importantes para reforçar a credibilidade no modelo de certificação brasileiro, mantendo uma lista ampliada de estabelecimentos que oferecem produtos para Hong Kong”.
Na Arábia Saudita estão agendadas visitas a estabelecimentos comerciais, supermercados e ao Ministério da Agricultura, numa pauta que visa à abertura do mercado de animais vivos. “Os animais vivos se destinam a um abate religioso específico nesses países muçulmanos. Operamos dessa forma com a Turquia, que tem um mercado parecido”, disse o secretário do Mapa.
Haverá também reunião com o departamento de saúde pública, de inspeção de produtos, para dar esclarecimentos e informar sobre todo processo dos últimos meses, de reformas e de melhorias no sistema brasileiro, para diminuir os problemas causados na imagem de produtos nacionais em decorrência de operações da Polícia Federal.
No país, não há embargos, mas os encontros servirão como reposicionamento e para avançar ainda mais no futuro, com a apresentação de novas plantas, a fim de demonstrar que o sistema está mais robusto e realçar a segurança de procedimentos.
Em Singapura, haverá também uma reunião assim como a da Arábia Saudita, com esclarecimentos adicionais para tranquilizar as autoridades de governo em relação a medidas tomadas no Mapa e sobre a necessidade de manter o mercado aberto. Isso porque não existe nem há motivo para manter embargo às carnes brasileiras. “O chamado “face to face” com essas autoridades é fundamental para o governo brasileiro”, disse Rangel.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento