Soja fecha setembro em alta no Brasil

Apesar do recuo de 0,30% na última sexta-feira (28/9), os preços da soja terminam o mês de setembro em alta de 3,24% nos terminais portuários, a R$ 95,62/saca, contra R$ 92,62 no final de agosto. Nas praças do interior do País, houve queda de 0,28% no fechamento da semana e alta de 3,62% no mês, com saca a R$ 88,99, contra R$ 85,88 no final do mês passado, segundo a pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

“Contudo, nos últimos nove dias úteis, os preços têm andado de lado e para baixo, como mostram os gráficos. No mês o dólar teve queda de 0,87% e Chicago permaneceu praticamente inalterado (fechou a US$ 8,45 ¼ no final de agosto e $ 8,45 ½ no final de setembro). Então, o que subiu? Foram os prêmios”, responde o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.

O prêmio da soja para outubro em Rio Grande subiu US $ 0,21/bushel, em Paranaguá US $ 0,30/bushel e em Santos US$ 0,35/bushel, no período. Já os prêmios do farelo caíram US$ 4,00/tonelada curta em Rio Grande e US$ 5,00/tonelada curta em Paranaguá, mas foram compensados com as altas dos prêmios do óleo, que subiram US$ 0,10/libra-peso em Rio Grande e US$ 0,50/libra peso em Paranaguá.

Nos estados, os preços do mercado físico também subiram. No mercado futuro há preocupação com queda do dólar. No Rio Grande do Sul, a saca da soja no mercado disponível foi cotada a R$ 97,00 no porto para pagamento em novembro. A saca no mercado futuro foi cotada a R$ 86,00 no porto, para pagamento no final de maio/19. No Paraná foram negociadas entre 200/300.000 toneladas. Negócios na semana saindo CIF ferrovia em Maringá a R$93,50/93,00, para pagamento em final de outubro.

Dois motivos travam mercado do milho

Segundo o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, o mercado brasileiro de milho está lento no Brasil inteiro nesta temporada devido a dois fatores básicos. O primeiro motivo são os problemas no setor de carnes, que é o maior demandante do setor e que ainda não recuperou a sua capacidade plena de atuação.

O segundo fator apontado pelo especialista é o tabelamento de fretes. “Por ser um produto com deslocamento para longas distâncias, foi duramente afetado pela nova regulamentação de fretes no Brasil, não apenas no mercado interno, mas, principalmente para exportação, tirando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional”, disse Pacheco.

Os preços FOB do milho no Brasil estão, atualmente, 5,49% maiores do que os preços do milho argentino e empatados com os preços do milho americano (que tem fretes menores para a maioria dos destinos compradores). Na ronda dos estados, percebe-se claramente a lentidão dos negócios.

Futuros

As cotações na BM&F estão claramente abaixo do que estiveram nos meses de maio, depois em julho e em meados de agosto, épocas em que se recomenda aproveitar os bons momentos para vender. “Nos últimos sete dias recuaram 8,50%, aparentemente sem volta (pelo menos aos níveis mais altos do ano), pelo grande aumento dos estoques finais”, afirmou o analista da T&F.

“As causas da queda acentuada dos últimos 30 dias são as vendas dos agricultores no mercado de balcão e a redução da demanda de milho na exportação, diante da perda de competitividade do milho brasileiro, que estaria 4,26% mais caro que o argentino e 6,87% mais caro que o americano, para outubro, base FOB, sem contar as diferenças de frete, obviamente. Os olhos do mercado agora estão voltados para a safra 2018/19”, disse Pacheco.

 

Fonte: Agrolink

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