A China reduziu em 10,87% a sua estimativa de importação de soja, para 83.65 milhões de toneladas, no próximo ano comercial 2018/19, que começa em 1º de outubro. A informação é do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais do país, em relatório mensal de safra.
A queda de 10.2 milhões de toneladas é referente à estimativa de 93.85 milhões de toneladas, divulgada em agosto. A previsão é 10,9% menor que as 93,9 milhões de toneladas importadas durante a safra de 2017/18.
O ministério atribui a queda na previsão aos conflitos comerciais com os Estados Unidos (EUA), à adoção de uma dieta de baixa proteína para a alimentação dos animais e às perdas de rentabilidade da suinocultura, em virtude da peste suína africana (ASF) que atinge o país, e que também reduz a demanda por farelo de soja.
Com a revisão, a perspectiva de déficit na oferta da commodity no país passou para 3.57 milhões de toneladas, contra 250.000 toneladas estimadas no relatório do mês passado. Para a safra 2017/18, o déficit previsto é de 1.26 milhão de toneladas.
O governo também elevou suas estimativas em relação à produção doméstica de soja em 2018/19 para 15.83 milhões de toneladas, contra 15.37 milhões de toneladas previstas em agosto. Na safra 2017/18, o volume produzido no país foi de 14.55 milhões de toneladas.
Segundo o relatório chinês, a produção interna de milho na safra 2018/19 deve alcançar 213.02 milhões de toneladas, com alta de 0,74% em relação aos dados divulgados em agosto. A elevação se deve ao aumento do uso do grão como substituto para a ração animal e à alta na produção de etanol.
A estimativa de exportação do cereal foi mantida em 1.5 milhão de toneladas, com queda de 54,5% quando comparada com a safra de 2017/18. Já o déficit da oferta foi ampliado de 17.75 milhões de toneladas para 22.38 milhões de toneladas. Na safra 2017/18, o déficit estimado chegou em 4.5 milhões de toneladas.
Quanto ao algodão, segundo o ministério, a importação na safra 2018/19 deve aumentar em 53,8%, em comparação à safra 2017/18, para dois milhões de toneladas. Enquanto isso, a produção doméstica deve cair 3,11%, de 5.89 milhões de toneladas na safra 2017/18 para 5.80 milhões de toneladas na safra 2018/19. O relatório projeta um superávit de 6.95 milhões de toneladas na oferta da pluma.
Os dados revelam ainda números relativos à importação e produção de açúcar. As compras de adoçante do exterior pelo país devem aumentar em 3,57% na próxima safra (somados o açúcar de beterraba e de cana-de-açúcar), para 2.9 milhões de toneladas em 2018/19, contra 2.8 milhões de toneladas em 2017/18.
O relatório é a primeira avaliação oficial do governo chinês que mostra os efeitos dos conflitos comerciais com os EUA. Desde julho, todas as importações norte-americanas estão sujeitas a uma tarifação de embarque. Na soja, a taxa é de 25%. Os EUA são o segundo maior fornecedor de oleaginosa para a China.
Fonte: Dow Jones Newswires