Soja: mercado fecha em alta de dois dígitos na CBOT e puxa preços em Rio Grande

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago fecharam em alta.  A redução maior do que o esperado do percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições divulgada pelo USDA deu espaço e força para os novos ganhos. Os principais vencimentos subiram de 12 a 12,50 centavos, com o setembro/18 cotado a US$ 8,95 ¼ e o novembro/18 a US$ 9,05 ¾ o bushel.

Tecnicamente, o novembro/18 tem resistência a US$ 9,22 ½ e suporte a US$ 8,82 ½ o bushel.

Entretanto, para Steve Cachia, diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal, de Malta, os ganhos poderiam ser pontuais.

Segundo Cachia, a alta pode ser limitada, com o mercado provavelmente se protegendo em relação ao novo relatório do USDA mensal de oferta e demanda, que será divulgado na sexta-feira e de comentários de que a China poderá importar até 10 milhões de toneladas de soja a menos em 2018.

Os temores da guerra comercial, afinal, continuam a rondar o mercado e, consequentemente, o andamento das cotações na CBOT.

As atenções estão voltadas para a nova safra dos Estados Unidos e às pontuais adversidades climáticas que promoveram uma queda no percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, segundo relatório do USDA, de 70% para 67% na semana.

A redução ficou acima da esperada e deu espaço para as altas registradas hoje, segundo analistas e consultores.

As últimas previsões do tempo começam a mostrar melhores condições de chuvas para a segunda metade de agosto, o que pode começar a trazer alguma alívio à regiões que vêm sofrendo com o tempo mais seco e temperaturas mais elevadas.

O USDA reportou a venda de 145.000 toneladas de soja da safra 2018/19 para destinos desconhecidos.

Mercado brasileiro

E embora os ganhos em Chicago tenham vindo acompanhados de uma boa alta do dólar, os preços da soja no mercado brasileiro não terminaram todos de forma positiva nesta terça-feira.

Nos portos, as altas foram registradas somente em Rio Grande, onde a saca da soja no mercado disponível fechou em alta de 0,93%, cotada a R$ 87,00 e no mercado futuro, a saca para embarque setembro/18 foi cotada a R$ 88,00, em alta de 0,57%. Em Paranaguá, a saca, tanto no mercado disponível quanto no futuro para embarque em fevereiro/19, se manteve estável, cotada a R$ 89,00 e R$ 81,50, respectivamente.

No interior do país, algumas praças de comercialização a saca chegou a cair até 6,38%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde foi cotada a R$ 66,00.

Milho: mercado acompanha queda do trigo e fecha em leve baixa em Chicago

Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago fecharam em leve baixa.  Os principais vencimentos registraram quedas de 0,25 a 1 centavo, com o setembro/18 cotado a US$ 3,70 ¾ e o dezembro/18 a US$ 3,84 ½ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na Bolsa de Chicago fecharam em baixa, em um movimento de realização de lucros, após a forte alta de ontem.  Os principais vencimentos registraram quedas de 5,75 a 7,25 centavos, com o setembro/18 cotado a US$ 5,68 ¼ e o dezembro/18 a US$ 5,90 o bushel.

Segundo as agências internacionais, os contratos futuros do cereal recuaram acompanhando a queda do trigo. Por sua vez, o mercado do trigo recuou após as altas registradas recentemente. As preocupações com o clima nas principais regiões de produção pelo mundo ainda permanecem no radar do mercado.

Com relação ao milho, o comportamento do clima também segue no centro das atenções. Ainda no final da tarde de ontem, o USDA reportou que 71% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições até o último domingo (5).

O percentual ficou em linha com as expectativas do mercado e abaixo do da semana anterior, de 72%. Outro fator que também tem ajudado a sustentar as cotações do cereal é a alta no mercado do trigo. Por sua vez, as cotações do trigo têm sido suportadas pelas preocupações com o clima nas principais regiões de produção, fator que pode influenciar a oferta global nesta temporada.

Em relação ao clima, as previsões do NOAA, indicam que as temperaturas ainda deverão ficar acima do normal em grande parte do Meio-Oeste, entre os dias 12 a 16 de agosto. No mesmo período, as chuvas deverão ficar dentro do normal.

O USDA reportou a venda de 179.000 toneladas de milho da safra 2018/19 de origem opcional para destinos desconhecidos.

Exportações de milho do Brasil

As exportações de milho do Brasil em 2018 podem totalizar apenas 20 milhões de toneladas, abaixo do esperado pelo mercado, com o país lidando com uma safra menor neste ano, disse nesta terça-feira um executivo da Louis Dreyfus Company (LDC) no Brasil.

Se exportar 27 milhões de toneladas, podemos acabar sem estoques. A exportação pode ser próxima de 20 milhões, afirmou o diretor-executivo de Oleaginosas da LDC, Luis Barbieri.

O Brasil é o segundo maior exportador global de milho, atrás apenas dos Estados Unidos, mas deve registrar uma safra 2017/18 cerca de 15 milhões de toneladas menor do que a safra recorde de 2016/17, face à redução de área plantada e seca nos últimos meses.

No ano anterior, as exportações brasileiras de milho somaram aproximadamente 30 milhões de toneladas.

Mercado brasileiro

Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Brasília, a saca subiu 3,57% e foi cotada a R$ 29,00. Na região de Rio do Sul (SC), a alta foi de 2,86%, com a saca cotada a R$ 36,00.

Na região de Não-me-toque (RS), a alta foi de 1,49%, com a saca cotada a R$ 34,00. No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em setembro/18, permaneceu estável a R$ 40,50.

Segundo consultor Vlamir Brandalizze, os negócios seguem lentos no mercado interno. Os vendedores seguram o milho e esperam cotações maiores. Os compradores, por sua vez, priorizam a aquisição de pequenos lotes para o abastecimento de curto prazo, segundo dados do CEPEA.

Os vendedores estão postergando novos negócios, diante do atraso da colheita da segunda safra, das incertezas quanto ao frete e, principalmente, da possível redução na produtividade, informou a entidade em nota semanal.

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