Congresso da SNA inspira empresário a buscar tecnologia inédita para solos e plantas

 

Bernardo Arnaud, sócio da NovaTero, afirma que o principal produto de sua empresa é um inoculante à base de fungo, que serve para aumentar a produtividade de algumas culturas importantes, de forma natural. Foto: Divulgação

 

Quase cinco anos depois de sua participação no 14° Congresso de Agribusiness sobre Segurança Alimentar, promovido em novembro de 2013 pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o empresário do agronegócio Bernardo Arnaud comemora os frutos colhidos desde então.

Os debates que assistiu, naquela oportunidade, serviram de estímulo para que o executivo abrisse, um bom tempo depois, duas novas empresas voltadas para o agro: a NovaTero BioAg, responsável pela distribuição de um inoculante pioneiro no País, que auxilia no bom desempenho dos solos e das plantas; e a StarkSat, que oferece um sistema de monitoramento de satélite das lavouras.

“Durante o congresso da SNA, tive um insight ao ver as exposições dos palestrantes. Comecei, a partir daí, a procurar produtos inovadores no mundo inteiro e a desenvolver sistemas aplicáveis ao meio rural, com o intuito de resolver problemas comuns do setor agrícola, considerando que meu background anterior, e na mesma época, envolvia somente as áreas de trading de commodities, sistemas, telecomunicações e química”, conta o executivo.

Entre 2013 e 2015, Arnaud viajou por vários países à procura de fabricantes de micorrizas (sistemas associativos entre fungos e raízes de determinadas plantas), pois, em sua visão, “é o que há de mais próximo a um milagre biológico para as lavouras e um fator importante para a cura dos nossos solos”.

Após inúmeros testes realizados no período de 2016/17, a NovaTero elegeu a GroundWork BioAg, que funciona em Israel, como a companhia que pretendia representar no Brasil, distribuindo um inoculante exclusivo e inédito no País.

 

CARRO-CHEFE

Segundo Arnaud, o carro-chefe da empresa é o Rootella BR, primeiro e único inoculante à base de F.M.A. (Fungo Micorrízico Arbuscular), devidamente registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que serve para aumentar a produtividade de algumas culturas importantes, de forma natural.

“Pelo F.M.A., a raiz da planta acessa mais água no solo, transportando nutrientes – como nitrogênio orgânico, fósforo, potássio, cálcio, enxofre e ferro – além de oligoelementos essenciais, a exemplo do cobre, cobalto, zinco, molibdênio, manganês e boro. Na sequência, é feita a troca de açúcares, aminoácidos e de outras substâncias orgânicas necessárias ao desenvolvimento destes fungos”, explica o executivo.

 

USO NO MEIO RURAL

Conforme Arnaud, o Rootella BR pode ser usado por qualquer produtor rural que plante arroz, aveia, cevada, feijão, milho, soja etrigo.

“Já estamos recebendo pedidos para a importação do próximo lote de plantio de soja, para que os agricultores tenham o Rootella BR em suas propriedades, na safra de 2018/19, em todo o Brasil.”

A aplicação deste inoculante nas plantas apresenta dois principais resultados positivos, conforme garante o proprietário da NovaTero:

  • A semente inoculada desenvolve uma planta com raízes maiores e mais fortes, sendo capaz de assimilar mais dos micronutrientes presentes no solo, em comparação a uma planta não inoculada e que não conseguiria ser acessada por suas raízes;
  • As plantas melhores e bem nutridas são nitidamente mais resistentes a estresses climáticos e hídricos.

Para o solo, os principais benefícios são os seguintes:

  • A inoculação de micorrizas nas sementes, que se desenvolvem em plantas – e mais tarde, as micorrizas presentes nas raízes – melhora a estrutura e o agregamento do solo;
  • As micorrizas orientam as plantas para uma estrutura comunitária e produtividade maiores, sendo uma alternativa viável e complementar à adubação puramente química.

 

RESULTADOS

Arnaud afirma que foram vários os resultados positivos observados nas diversas regiões brasileiras, em validações de soja e milho feitas pela NovaTero. “Todos eles foram expressivos e registraram dois dígitos de ganho em produtividade em solos de riqueza nutricional variada, em propriedades mais rudimentares e em outras mais tecnológicas”.

“No cultivo de soja, o aumento médio foi de 31%, com limite inferior em 14% e limite superior em 48%. Já em relação ao milho, a alta média da produtividade foi de 54,5%, com limite inferior em 17% e superior em 92%, levando em conta as diferentes condições edafoclimáticas, conforme nossas validações. Estes resultados podem variar de acordo com outros fatores, sendo um pouco mais ou um pouco menos.”

 

ROOTELLA BR

Desenvolvida após muitos anos de pesquisa pela GroundWork BioAg, em Israel, e validada como Rootella BR para o mercado brasileiro, por intermédio da NovaTero BioAg, “sua versão original – o Rootella – é vendida atualmente nos Estados Unidos, União Europeia, Israel e Filipinas”.

“No momento, o Rootella também está em testes ou em processo de registro em outros países. Atualmente, o inoculante custa R$ 180,00 por hectare para o produtor rural”, informa Arnaud.

O executivo garante ainda que “não há qualquer outro produto parecido no mercado brasileiro”. “Somos os primeiros e únicos a termos obtido o registro no Mapa para um produto à base de Fungo Arbuscular Micorrízico”.

 

Área de produção em Coxilha (Rio Grande do Sul). Foto: Divulgação

AUXÍLIO PARA PRODUTORES

O plano de negócios da NovaTero, que começou em 2015 e teve seu registro homologado em abril deste ano, objetiva proporcionar ao agricultor brasileiro,“o que há de melhor no mundo em termos de otimizadores de produtividade para a lavoura, para que ele possa ter um plantio que aproveite ainda mais sua adubação, com um aumento significativo de sua produtividade e obtendo plantas com maior resistência aos estresses climáticos”.

“Atualmente, oferecemos somente o Rootella BR no Brasil, mas em breve agregaremos mais produtos excepcionais e no estado-da-técnica em seus segmentos”, adianta Arnaud.

 

STARKSAT: MONITORAMENTO POR SATÉLITE

Outra empresa do Grupo NovaTero, a StarkSat desenvolve, no Estado do Rio de Janeiro, o serviço de monitoramento por satélite de plantações agrícolas e de denominação de origem geográfica pela composição química do alimento, aplicável a grãos, frutas e carnes.

“Desenvolvemos este sistema a pedido de alguns dos nossos clientes, que estavam insatisfeitos com as ferramentas disponíveis no mercado brasileiro. Nossa plataforma faz o monitoramento das lavouras por satélite e pode comprovar a denominação de origem geográfica pela composição química do alimento”, detalha Arnaud.

“Para isso, é usada a metodologia Oritain (www.oritain.com), incrementando o valor pago pelo produto e terminando, de uma vez por todas, com as fraudes de origem e composição em produtos alimentares”.

 

PERSPECTIVAS

Em relação às perspectivas das duas empresas para o mercado agrícola em curto, médio e longo prazo, o executivo acredita que sejam bem favoráveis.

“O Brasil tem uma enorme carência de produtos biológicos, que tenham a atuação das micorrizas. Os produtores que testam o Rootella BR nos relatam resultados altamente expressivos, tanto com a soja quanto o milho, e já estão começando a usar em trigo, feijão e cevada. Há interesse no uso em cultivos de arroz e de aveia, para os quais nosso registro nos autoriza a fazer esta mesma aplicação”.

“Também estamos pesquisando e validando resultados na cultura de cana-de-açúcar, do algodão e de outras lavouras que, lá fora, já tiveram um bom impacto. Tudo que pudermos trazer ou desenvolver no Brasil, que vise ao aumento da produtividade e da qualidade dos nossos produtos agrícolas, nós traremos e desenvolveremos por aqui”, salienta Arnaud.

“Por enquanto, em curto prazo, nossa perspectiva inicial é familiarizar e educar os produtores rurais quanto ao uso do Rootella BR”.

O executivo da NovaTero e da StarkSat também pretende dialogar com potenciais parceiros sobre possíveis negócios e operações conjuntas.

“Em médio e longo prazo, precisamos consolidar o Rootella BR como pioneiro no mercado de micorrizas no Brasil, agregando mais produtos disruptores em nosso portfólio, para que os ganhos em produtividade da soja, milho,trigo, entre outras culturas agrícolas, continuem a bater recordes e ajudem a alavancar, ainda mais, a balança comercial do nosso País”.

Arnaud, por fim, sentencia: “A revolução das micorrizas na lavoura do Brasil está apenas começando e não há mais volta”.

Para mais informações, acesse www.novatero.com.br e http://starksat.com

Foto da capa: cultivar de soja inoculado com Rootella BR (Divulgação).

 

Por Equipe de Jornalismo da revista A Lavoura – especial para a SNA

 

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