Soja: mercado fecha em baixa na CBOT com realização de lucros e pressão do trigo

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de 11 a 12,25 centavos. O maio/18 fechou cotado a US$ 10,42 e o julho/18 a US$ 10,53 ¼ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de US$ 4,10 a US$ 5,00. O maio/18 fechou cotado a US$ 377,80 e o julho/18 a US$ 382,00 a tonelada curta.

Segundo analistas internacionais, o mercado ainda busca definir uma direção para as cotações, diante de informações que o influenciam em ambas as direções. Além disso, a pressão sobre os contratos futuros do trigo também contribuem para a queda não só da soja, mas também do milho.

Segundo os especialistas da consultoria internacional Allendale, Inc, de um lado, os fundos mais comprados e um clima um pouco mais seco no Meio-Oeste americano pesam sobre os preços, enquanto alguns pontos do Corn Belt que ainda apresentam adversidades dão suporte aos futuros.

O mercado aguarda ainda pelos números do esmagamento de soja nos EUA em março que a Nopa (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) vai divulgar.

Além disso, as questões geopolíticas também ainda têm espaço garantido no mercado, uma vez que além da disputa comercial com a China, os EUA agora lidam com os impactos dos ataques feitos à Síria no último final de semana.

Segundo o consultor Vlamir Brandalizze, a situação poderia dar espaço para uma alta do dólar no mercado internacional, bem como exercer uma pressão sobre as commodities, com os participantes “buscando proteção”.

“Assim, teremos uma semana com novas notícias e agora a guerra. Normalmente, não é muito bom para os negócios porque deixa o setor nervoso, mas não acreditamos em grandes baixas nesta boca de plantio dos EUA, porque poderá desanimar os produtores de lá. Mas será uma boa semana para se acompanhar, com a possibilidade de algumas flutuações para um lado e para o outro, não mostrando espaço grande para nenhum deles”, disse Brandalizze.

Safra brasileira

A safra brasileira de soja 2017/18 deverá totalizar um recorde de 119.23 milhões de toneladas, com aumento de 4,4% em relação a temporada anterior, previu nesta segunda-feira (16/4) a consultoria Safras & Mercado em sua revisão mensal.

Na comparação com o relatório do mês anterior, houve uma elevação na estimativa de quase 2 milhões de toneladas, o que coloca a safra brasileira, em fase final de colheita, mais perto da do maior produtor global, os Estados Unidos, cuja safra 2017/18 é oficialmente estimada em 119.52 milhões.

Colheita

A colheita da safra de soja 2017/18 no Brasil alcançou em 13 de abril 86% da área semeada, segundo levantamento da Datagro. Em nota, o analista de grãos da Datagro, Flávio França Júnior, disse que o ritmo de retirada da oleaginosa das lavouras apresenta ligeiro atraso na comparação com o porcentual de 87% registrado em igual período de 2017, embora esteja igual a média das últimas cinco temporadas. “A última semana foi mais seca em praticamente todas as regiões produtoras”.

Exportações brasileiras

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o ritmo de embarques de soja do Brasil registra até agora neste mês desempenho 23,6% abaixo do registrado em todo o abril de 2017.

Os embarques do maior exportador global da oleaginosa, que começa a escoar sua safra recorde, alcançaram média diária de 442.700 toneladas nas duas primeiras semanas do mês (dez dias úteis), abaixo das 579.600 toneladas ao dia em abril do ano passado.

Já em relação a março de 2018, quando a média foi de 419.700 toneladas, há aceleração.

Nos dez primeiros dias úteis do mês, o Brasil exportou 4.43 milhões de toneladas de soja, contra um total de 8.81 milhões de toneladas em todo o mês de março e de 10.43 milhões de toneladas em abril de 2017. Naquela ocasião, os embarques brasileiros foram volumosos, perdendo apenas para o recorde histórico de maio do ano passado de 10.96 milhões de toneladas.

A expectativa é de que as exportações continuem se fortalecendo, à medida que mais soja da safra recorde chegue ao mercado.

Milho: mercado acompanha quedas do trigo e amplia desvalorização no pregão em Chicago

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de 3,25 a 3,75 centavos. O maio/18 fechou cotado a US$ 3,82 ½ e o julho/18 a US$ 3,91 o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela quarta sessão consecutiva, com os principais vencimentos registrando quedas de 10,25 centavos. O maio/18 fechou cotado a US$ 4,62 ¼ e o julho/18 a US$ 4,79 o bushel.

Segundo informações da Reuters, as cotações do milho foram pressionadas pela perda mais expressiva registrada no mercado do trigo.

“As previsões climáticas mostram outra grande tempestade essa semana que poderia trazer chuvas muito necessárias para as planícies do sudoeste dos EUA”, disse o analista Bryce Knorr, da Farm Futures.

Ainda assim, a Reuters destaca que as “preocupações com o frio atrasando o plantio nos EUA mantêm a fraqueza da soja e do milho sob controle”. O foco do mercado permanece na nova safra nos Estados Unidos.

No final de semana, nevascas foram registradas em muitas regiões no país. “O radar da noite de domingo mostra que a nevasca ainda atingia o cinturão de milho, enquanto fortes chuvas já haviam atravessado a região”, destacou o WxRisk.com, ao Agrimoney.com.

Colheita no Brasil

A colheita do milho verão atingiu 80% da área semeada, avanço moderado na comparação com o porcentual de 70% da semana anterior. “O avanço só não foi maior porque os produtores estão dando preferência para finalizar a colheita da soja”, disse França Júnior, analista da Datagro. Segundo o analista, a colheita segue atrasada em relação aos 88% observados em igual período de 2017 e aos 85% da média das últimas cinco temporadas.

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