Fórum sobre tecnologia no campo teve apoio da SNA

O Tea Brazil 2018 reuniu representantes do governo, associações agrícolas, empresas de tecnologia, fornecedores de equipamentos, proprietários e administradores de terras, cooperativas para debater, difundir e gerar conhecimento sobre os benefícios do uso das novas tecnologias ligadas às atividades no campo

Dentro da proposta de estar sempre presente nos principais eventos do País, a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), através da Revista A Lavoura, foi um dos apoiadores do Technology of Agriculture Summit (Tea Brazil 2018), realizado na última semana, na capital paulista, com o objetivo de debater, difundir e gerar conhecimento sobre os benefícios do uso das novas tecnologias ligadas às atividades no campo.

Durante o Tea Brazil, que contou com a presença de representantes do governo, associações agrícolas, empresas de tecnologia, fornecedores de equipamentos, proprietários e administradores de terras, cooperativas, foram apresentados cases de sucesso que contribuíram para o aumento de lucratividade e também métodos e tecnologias em uso ou que ainda entrarão em operação nos próximos anos.

“O aumento da lucratividade no campo está diretamente relacionado à tecnologia empregada desde a plantação até a venda da safra e o futuro das atividades rurais dependem dessa interação entre o produtor e essas inovações”, destacou o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, durante o painel “Panorama da tecnologia na agricultura brasileira”.

No segundo painel sobre o tema “Aumento da lucratividade com a transformação de dados em indicadores”, o pesquisador da Embrapa Instrumentação e idealizador do projeto de drones da entidade, Lúcio André de Castro Jorge, destacou a importância da utilização do Vant (veículo aéreo não tripulado) na agricultura digital.

“Através de softwares desenvolvidos para fazer diagnósticos da lavoura é possível determinar a área ocupada por nematoides, por plantas invasoras, identificar falhas de plantio, medir porcentagem de cobertura vegetal, dentre outras ações, fazendo com que se tenha um gerenciamento mais preciso dessa área”, explicou o pesquisador da Embrapa.

Jorge observou também que ainda há uma diferença entre agricultura digital e de precisão, mas isso tende a diminuir. “É preciso integrar para evoluir e fazer com que a Agricultura Digital, em um breve espaço de tempo, possa promover a rentabilidade que já é uma realidade na agricultura de precisão”.

Ainda no mesmo painel, a líder de Agricultura Digital para LATAM da Syngenta e responsável pela área de Digital Farming da empresa, Ariadne Caballero, mostrou alguns cases de como a tecnologia digital pode estar integrada ao dia a dia no campo, bem como os ganhos que pode trazer à agricultura em geral, com mais retorno sobre o investimento, sem necessitar de mais área para plantio. “A operação agrícola tem várias torneiras abertas e as ferramentas digitais vieram exatamente para fechar essas torneiras, ou seja, a agricultura digital veio para ajudar a reduzir a variabilidade nas atividades no campo”, destacou.

Pesquisador da Embrapa Instrumentação e idealizador do projeto de drones da entidade, Lúcio André de Castro Jorge (ao microfone) acredita que é preciso integrar para evoluir e fazer com que a Agricultura Digital, em um breve espaço de tempo, possa promover a rentabilidade que já é uma realidade na agricultura de precisão

CONTRAPONTO

Em contrapartida ao exposto pelos palestrantes anteriores, o presidente da Associação Brasileira dos Prestadores de Serviço de Agricultura de Precisão (ABPSAP), Pedro Magalhães, questionou sobre o panorama atual e também sobre os reais benefícios da agricultura digital, alegando que até o momento, ela ainda não é tão eficaz e que não dá os mesmo resultados, em termos de rentabilidade, aos produtores rurais.

“Atualmente, o que vemos a campo é que a agricultura de precisão entrega lucratividade, por estar diretamente relacionada à área de fertilidade dos solos, como a aplicação de calcário, por exemplo. Já a agricultura digital ainda não tem mostrado essa eficiência e rentabilidade necessárias”, avaliou acrescentando que entre a parte de planejamento para uso da agricultura digital e sua aplicação de fato ainda há um gap muito grande.

GESTÃO

O painel sobre “Os sistemas tecnológicos na gestão da produção agrícola” ressaltou a importância de conhecer essas novas tecnologias para que elas auxiliem na gestão e tomada de decisões no campo.  “Hoje há vários aplicativos que falam sobre o clima, e isso tem ajudado muito os produtores a plantarem no momento correto, ou seja, quando há chuva no campo, para que a produtividade não seja afetada na hora da colheita”, afirmou o agrometeorologista e consultor do Rural Clima, Marco Antônio dos Santos.

Já para Bruno Figueiredo, gerente da SGS Unigeo, o acompanhamento das condições do solo é fundamental para o aproveitamento de todos os processos, desde a venda da semente, plantio até a venda da produção. “É preciso ter muito cuidado em toda cadeia produtiva para que a agricultura de precisão não se torne uma agricultura de perdição”, enfatizou.

 A INTERNET DAS COISAS

A aplicação da Internet das Coisas (IOT) e como utilizá-la para precificar e vender os dados coletados em uma propriedade rural foi o destaque do quarto painel do Tea Brazil 2018. Segundo Herlon Oliveira, diretor da Agrus Data, o acompanhamento em tempo real da cadeia produtiva é o grande diferencial dessa evolução das atividades no campo.

“Além da coleta e armazenamento de dados, o fundamental nesse processo, é que, a partir da coleta desses dados, possamos analisá-los e extrair informações importantes que geram conhecimento e mais assertividade na utilização dos recursos disponíveis e na aplicação dessas novas tecnologias”, argumentou Oliveira.

CASES

O último painel do Tea Brazil 2018 foi reservado para a apresentação de alguns cases sobre lucro e uso de tecnologia, com temas que variaram de soluções e prevenções climáticas, monitoramento de silos e novo agro conectado, unindo lavoura, sistemas, máquinas e pessoas.

O jornalista, apresentador do Agro Papo, da All TV, Ronaldo Luiz Mendes de Araújo, e que mediou os debates, considerou o evento como um grande divisor de águas em relação aos mitos e verdades sobre a evolução da tecnologia na agricultura. “Ao reunir expoentes da agricultura digital, o TEA Brazil conseguiu apresentar o que, de fato, há de mais novo na tecnologia da informação aplicada ao agronegócio em termos de novos produtos, sistemas, plataformas, softwares, aplicativos, etc. As discussões também foram relevantes ao mostrarem a necessidade da inclusão digital do pequeno produtor rural, bem como o desafio de se transformar ‘big data’ em ‘right data’, culminando com a premissa que a agricultura digital precisa entregar ao produtor rural informação de modo claro e objetivo, para que realmente auxilie na tomada de decisão”, arrematou o mediador.

Por Equipe SNA/SP

 

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