Para denunciar preconceitos, agricultoras marcharão no Dia Internacional da Mulher

Camponesas ocuparão as ruas no dia 8 de março para denunciar a violência contra a mulher e reafirmar o papel histórico das agricultoras em seu trabalho na produção de alimentos no Brasil. Foto: Divulgação AS.PTA

O Polo da Borborema e a AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, realizarão, no dia 8 de março de 2018, a 9ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, no município de São Sebastião de Lagoa de Roça (PB), distante 16 quilômetros de Campina Grande, no Agreste Paraibano.

A concentração ocorrerá a partir das 8h30, em um palco montado no Campo São Sebastião, no centro da cidade. Nesse horário, terá início a animação e a acolhida às centenas de caravanas que trarão mulheres dos 14 municípios de atuação do Polo da Borborema.

Trata-se de uma articulação de 14 sindicatos de trabalhadores rurais da região da Borborema na Paraíba que, há mais de 20 anos, atua pelo fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica com a assessoria da AS-PTA.

São esperadas ainda caravanas de diversas partes da Paraíba e de estados vizinhos, a expectativa é reunir mais de cinco mil agricultoras e lideranças dos mais diversos movimentos sociais rurais e urbanos.

PROGRAMAÇÃO

A cirandeira Lia de Itamaracá participará pela terceira vez como convidada especial da Marcha. Na programação, haverá ainda a tradicional peça de teatro, encenada pelo Grupo de Teatro do Polo da Borborema, que este ano tratará sobre a diversidade sexual, com a peça “Família é lugar de amor”.

Por volta das 9h30, as mulheres sairão em caminhada pelas ruas centrais da cidade em um trajeto de aproximadamente 1,5 quilômetro, até retornarem ao palco inicial, onde após um ato público, haverá a mística de encerramento.

Durante o percurso da marcha, as mulheres exibirão seus estandartes, faixas e cartazes, ainda irão dialogar com a população distribuindo panfletos e usando o carro de som. Próximo ao palco, funcionará uma feira de experiências, artesanato e produtos da agricultura familiar, fruto do trabalho das agricultoras, onde estes serão expostos e comercializados.

TEMA MOBILIZADOR

Como nos anos anteriores, as mulheres camponesas ocuparão as ruas no dia 8 de março para denunciar a violência contra a mulher, bem como para reafirmar o papel histórico das mulheres agricultoras em seu trabalho na produção de alimentos.

Em sua nona edição, a Marcha pretende aprofundar a problemática da onda conservadora que o Brasil enfrenta e de que forma ela recai sobre a vida das mulheres, tratando sobre questões como machismo, homofobia, gênero, feminismo e a divisão justa do trabalho doméstico.

RESGATE E VALORIZAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS

A Marcha chega à sua nona edição como uma importante expressão do trabalho que as mulheres do Polo da Borborema vêm desenvolvendo ao longo dos anos de resgate e valorização das experiências das mulheres agricultoras, bem como de denúncia e superação da violência sofrida por elas.

Todos os anos, dezenas de reuniões de preparação ocorrem nas comunidades dos 14 municípios. Nesses espaços, as mulheres são encorajadas a falarem das suas experiências e apoiarem uma às outras, questionando as relações de desigualdade dentro da agricultura e identificando as mais variadas formas de violência a que muitas vezes estão submetidas.

Fonte: AS.PTA com edição d’A Lavoura

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