A Tristeza Parasitária Bovina (TPB) – também conhecida como Piroplasmose, Babesiose, Anaplasmose, Mal Triste e Tristezinha – afeta diretamente o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho, causando perdas econômicas ao produtor rural em virtude da queda na produtividade do gado, despesas com tratamentos e, em casos extremos, a morte dos animais adoecidos.
De acordo com a zootecnista Lívia Magalhães, especialista em Bem-estar Animal, em videoaula veiculado pelo site MilPoint, a TPB é, sem dúvida, a principal causa de mortalidade em bezerras leiteiras após o processo de desmame, no Brasil. Durante esse processo, é fundamental realizar um manejo diferenciado, a fim de controlar a doença reduzindo a mortalidade e seus casos clínicos.
A DOENÇA
A Tristeza Parasitária Bovina é um complexo de doenças muito frequentes no País, causada principalmente por protozoários da espécie Babesia bovis e Babesia Bigemina, provocando a Babesiose; e pela rickettsia Anaplasma marginale, que causa a Anaplasmose.
Elas são transmitidas via transovariana, pelo carrapato Boophilus microplus, porém, a Anaplasmose pode ser transmitida também por insetos como moscas e mosquitos. Trata-se de enfermidades de alta morbidade e mortalidade, que ocasionam grandes perdas para o produtor devido aos custos de tratamento, a redução da produção e infertilidade temporária de fêmeas e machos, por essa razão é importante serem relatadas. Acometem principalmente animais adultos, pois os jovens costumam ser mais resistentes.
O animal, quando contrai a TPB, apresentará sinais clínicos como anorexia, pelos arrepiados, taquicardia, taquipneia, redução dos movimentos ruminais, anemia, prostação, redução da lactação, icterícia (comum na anaplasmose), e entre outros.
OUTROS SINAIS
Nos casos de infecção por Babesia Bovis, o animal também poderá apresentar sinais nervosos, como falta de coordenação motora, andar cambaleante, movimentos de pedalagem e agressividade.
Como mencionado anteriormente, os carrapatos são vetores naturais da Babesiose e da Anaplasmose, sendo assim para o seu controle se torna necessário o conhecimento do ciclo de vida desses parasitas.
Na babesiose, a fêmea do carrapato se infecta durante o ingurgitamento, já dentro do seu organismo, alguns microrganismos produzidos são incorporados ao embrião do carrapato e os agentes da doença são transmitidos para novos hospedeiros vertebrados por meio da alimentação das larvas, ninfas ou carrapatos adultos.
INCUBAÇÃO
O período de incubação varia de sete a 14 dias. É interessante saber que a Babesia bovis é inoculada nos bovinos por larvas do carrapato e Babesia Bigemina por ninfas.
Na anaplasmose, os corpúsculos iniciais, ao serem inoculados no bovino, se aderem aos eritrócitos, esses corpúsculos vão se multiplicando e invadindo outros eritrócitos até a morte do hospedeiro ou controle da infecção.
O carrapato pode se infectar em qualquer fase desse processo, ainda não é bem definido como ocorre o ciclo nos casos de infecções por insetos. O período de incubação da doença varia de 21 a 45 dias.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito por meio da anamnese e de sinais clínicos, mas a confirmação deve ser feita com base em exames laboratoriais (esfregaço sanguíneo) ou necropsia.
O carrapato é um parasita que afeta frequentemente os bovinos, causando diversas doenças. Por isso, o controle estratégico desse parasita, através do uso de inseticidas e acaricidas, se torna uma das principais medidas de controle, além da quimioprofilaxia e vacinação.
Deve-se atentar também para que não haja o contágio durante procedimentos cirúrgicos, como, castração, descorna e entre outras.
Fontes: MilkPoint e Ouro Fino Saúde Animal com edição d’A Lavoura