As importações chinesas de algodão se recuperaram mais fácil do que o esperado nesta temporada, graças à necessidade de fibra de maior qualidade pela indústria têxtil doméstica. Porém, uma denúncia do site inglês Agrimoney afirma que rumores de aumento de volumes de importação foram alimentados por analistas do USDA.
O USDA muitas vezes é criticado duramente pelo mercado pela especulação excessiva, mas continua sendo, por outro lado, a principal referência para tomada de decisões.
O adido agrícola do órgão na China, que emite previsões não oficiais, colocou a importações chinesas em 5.97 milhões de fardo ou 1.3 milhão de toneladas no período que se inicia, na base de agosto. Isso representaria um aumento de mais de 200.000 toneladas anuais, o que é muito maior que as 58.000 toneladas da previsão oficial do USDA, fixada em 1.15 milhão de toneladas.
A estimativa da sucursal de Pequim veio entre fortes rumores de que a China aceleraria as compras com alguns sinais de aumento da cota de importação de 894.000 toneladas, permitidas a uma tarifa de 1% dentro do acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC).
O USDA sublinhou que “desde julho, relatórios circularam que o governo (da China) deve estar considerando uma aprovação especial para permitir algumas importações de algodão”.
“Dado que o setor têxtil da China aumenta a demanda por algodão de alto nível, os traders antecipam o governo e devem aumentar sua flexibilidade com uma cota de importação adicional. O setor têxtil chinês cresceu fortemente em 2017”, apontou o órgão.
O USDA concluiu ainda que era provável a aprovação da cota, mas não afirmou de maneira peremptória de que o governo chinês aprovaria mais importações.
Analistas de mercado que comentam as importações chinesas de algodão, como o influente Ron Lee, da consultoria McCleskey Cotton, da Geórgia, reproduziram as especulações do USDA. Os dados mais recentes de importações chinesas de fibra colocam os volumes em 78.128, o que é 89% a mais que igual período do ano anterior.
No acumulado de dez meses, as compras somaram 983.450 toneladas com 41% dos envios feitos pelos Estados Unidos, e 131% a mais que os dez primeiros meses de 2016.
O adido agrícola do USDA em Pequim havia acrescentado que um novo leilão de estoques, agendado para 2018, poderia diminuir os estoques da China em mais de três milhões de toneladas, depois de uma queda de 3.2 milhões de toneladas neste ano, a uma figura classificada por “fontes da indústria” em cerca de 5.2 milhões de toneladas.
A China era o maior importador mundial de algodão, com volumes chegando a 24.5 milhões de fardos em 2009, antes das reformas que tentam reverter o aumento de estoques no país e um esquema de preços reformado. As importações caíram em até 4.4 milhões de fardo até 2016.
Fonte: Agrolink