Segundo o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Elenor Wander, novas linhagens de feijão geneticamente modificados (OGM) deverão estar prontas para o lançamento no Brasil em cerca de cinco anos. Wander, que é doutor em Economia Agrícola, conversou com o Portal Agrolink para explicar os motivos que levaram a unidade da Embrapa, sediada em Santo Antônio de Goiás (GO), a postergar o lançamento do feijão transgênico que combateria o mosaico dourado.
De acordo com Wander, a diretoria-executiva da Embrapa decidiu adiar o lançamento do feijão transgênico “em função de alguns riscos, principalmente, técnicos (a primeira cultivar de feijão com a tecnologia RMD não possui bom nível de resistência genética a outras viroses que também podem ocorrer) e mercadológicos (baixo nível de organização da cadeia), com elevados níveis de informalidade e o risco de vazamento deste feijão para países nos quais o evento Embrapa 5.1 (tecnologia RMD) não está liberado”.
O Agrolink perguntou ao especialista quais seriam os planos daqui para frente com relação ao lançamento desse feijão transgênico. Segundo Alcido Elenor Wander, as pesquisas em melhoramento continuam. “O evento Embrapa 5.1 está sendo incorporado em novas linhagens, que apresentam um bom nível de resistência genética ao Carlavirus. Considerando o conjunto de experimentos requeridos segundo as normas brasileiras, estas novas linhagens devem estar prontas para um eventual lançamento em aproximadamente cinco anos”, disse.
Questionado sobre outras soluções que estão sendo buscadas para os problemas de doenças no feijão, o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão comentou que, para o mosaico dourado, o evento de transgenia Embrapa 5.1 (= tecnologia RMD – resistência ao mosaico dourado) é atualmente a forma mais efetiva de resolver o problema. Isso porque, segundo ele, no germoplasma nacional não foi encontrada resistência genética a esse vírus. “Para as demais viroses e outros problemas fitossanitários, se busca, por meio de melhoramento convencional, obter níveis de resistência que permitam ao produtor colher com segurança a sua produção”, afirmou Wander.
Fonte: Agrolink