O Rio Grande do Sul já colheu 83% de sua safra projetada, mas o trigo só produz farinha para biscoito ou cola, sendo quase nada de panificação. A constatação está em novo relatório privado recebido pela consultoria Trigo & Farinhas.
De acordo com o levantamento, do que resta por colher, 8% está em processo de final de enchimento/maturação e 9% maduras e aptas a colher.
A colheita está praticamente encerrada na região de Missões, Grande Santa Rosa, Celeiro, Noroeste Colonial e Norte, faltando lavouras pontuais. “Na região nordeste, dos Campos de Cima da Serra, começa agora a colheita. Nesta região se deposita a expectativa de trigos com melhores qualidades (cor principalmente).
Do montante até agora colhido, 85% está com PH entre 74 e 77, 8% com PH menor que 74, e 7% com PH maior que 78. Trigos de PH 74 serão readequados para dar PH 75 e acima e tentar negócios com moinho.
Com isso, estima-se que apenas algo entre 150 mil e 200 mil tons sairão para exportação, via porto de Rio Grande, para ração, e um número de outras 150 mil serão consumidas localmente, perfazendo um total de 350 mil tons de trigo não panificável”, aponta a T&F.
A consultoria mantém a área plantada em 673 mil hectares, mas afirma que deverá haver cortes na área colhida por abandonos (quantidades pontuais). O total produzido na safra seria de 1,3 milhão de toneladas a 1.4 milhões de toneladas (desde que os Campos de Cima da Serra confirmem produtividade). A produtividade média final, portanto, deverá ficar entre 2.080 kgs/hectare a 1.931 kgs/hectare.
“Desta forma, teremos um volume na casa de 1,0 milhão de toneladas de trigo para abastecer demanda de moinhos locais (que deverá ficar entre 1.4 e 1.7 milhão de toneladas), mais alguns lotes que sairão para SC e PR, ou seja, a disponibilidade está bastante apertada, o que sugere forte necessidade de importação”, disse a T&F.
“Porém, poderá haver diminuição de demanda em função de qualidade (principalmente cor), pois os materiais até agora analisados resultam em muita farinha de fundo (escura, mais propícia para a farinha comum e de cola para biscoitos do que para panificação)”, concluiu.
Fonte: Agrolink