Médios e grandes agricultores contrataram R$ 25 bilhões em crédito bancário nos dois primeiros meses da safra agrícola 2017/2018. Isso significa que foram aplicados, entre julho e agosto, 13% dos recursos disponibilizados para o financiamento agropecuário de R$ 188.4 bilhões. O valor é 29% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Os dados constam do relatório da liberação de recursos da safra 2017/2018, de julho e agosto, divulgado na quarta-feira (13/9) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“O desempenho do crédito rural na atual safra revela uma situação de normalidade e de aumento na demanda do produtor rural e de suas cooperativas por recursos para o financiamento da safra e para investimentos direcionados à ampliação de sua capacidade produtiva”, disse o secretário Neri Geller. Ele observa que, apesar do recuo dos preços agrícolas, há uma expectativa de sua recuperação no médio prazo.
As instituições financeiras liberaram 132.422 contratos de financiamento envolvendo crédito de custeio, comercialização e investimento contra 110.763 operações de julho e agosto de 2016. O desembolso nas operações de custeio e de comercialização atingiu R$ 20.7 bilhões, em alta de 29% sobre igual período de 2016. Já as contratações de investimentos chegaram a R$ 4.4 bilhões, com crescimento de 30%.
As contratações pela Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) atingiram R$ 5.3 bilhões – valor que equivale a praticamente o dobro do observado em igual período no ano passado, de R$ 2.8 bilhões. De acordo com a SPA, esse resultado decorre do aumento na emissão do título, criado com o objetivo de diversificar as fontes de financiamento do crédito rural.
Do total da LCA, R$ 2.2 bilhões foram para as operações de custeio, R$ 2.5 bilhões para comercialização, R$ 171 milhões para industrialização e R$ 390 milhões para investimentos. As instituições públicas ofereceram, em julho e agosto, nas modalidades custeio, industrialização e comercialização, R$ 9.9 bilhões (+ 72%). Já os bancos privados somaram R$ 6.7 bilhões (- 10%) e as cooperativas de crédito, quase R$ 4 bilhões (+ 41%).
Entre as linhas de crédito de investimento, operadas principalmente pelo BNDES e Banco do Brasil, houve significativa demanda pelos programas do Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária) e ABC (Agricultura de Baixa emissão de Carbono), além do Moderinfra e do Pronamp. As contratações do Inovagro atingiram R$ 90 milhões (+733%) e o programa ABC subiu para R$ 146 milhões (+400%). Já o financiamento do Moderinfra foi para R$ 43 milhões (+151%).
No Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), o desembolso foi de R$ 543 milhões, frente aos R$ 135 milhões em julho e agosto do ano passado (alta de 302%). As aplicações no Moderfrota, programa de aquisição de maquinário, somaram R$ 1.4 bilhão.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento