A FS Bioenergia quer vender o etanol que produz para consumidores do Norte do País e do norte de Mato Grosso. Para isso, deverá encarar a BR-163, que volta e meia tem o acesso interrompido por lamaçais ou protestos.
Inicialmente, o maior volume fornecido deve ser de etanol anidro, já que o hidratado é pouco competitivo ante a gasolina na região. “Adiante, olhamos mecanismos que viabilizem o consumo de hidratado”, disse Rafael Abud, vice-presidente da FS.
O etanol à base de milho tem desempenho igual ao produzido a partir de cana nos veículos.
Mato Grosso é autossuficiente em etanol e ainda vende 300 milhões de litros de anidro e 25 milhões de hidratado a outros Estados por safra, de acordo com o Sindalcool-MT.
O Estado tem três usinas que produzem tanto com cana como com milho. A Destilaria Libra, em São José do Rio Claro, utiliza ambos concomitantemente. A Usina Porto Seguro, em Jaciara, e a Usimat, em Campos de Júlio, usam o cereal só na entressafra da cana.
A planta da FS é a primeira do Brasil a utilizar apenas milho. Nos EUA, quase todo o etanol é feito apenas do grão em 200 plantas.
A empresa pretende usar a BR-163 para chegar ao porto de Miritituba, no Pará, mas traça alternativas ante eventuais problemas, como via Porto Velho.
A localização da usina da FS é estratégica pela proximidade da matéria-prima. A empresa já negociou mais da metade do milho que irá processar nesta safra por, em média, R$ 16,50 por saca.
Se considerado o último preço do etanol anidro em Mato Grosso, de R$ 1,66277 o litro, é possível estimar que a FS tenha uma margem bruta de etanol de R$ 0,65 por litro.
Fonte: Valor