O cenário econômico para o agronegócio, mesmo diante das crises nacional e econômica, é otimista. Este foi o diagnóstico dos convidados do Tá na Mesa, da Federasul, desta quarta-feira (9 de agosto), os especialistas no agrobusiness, Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), e Eduardo Logemann, presidente do Grupo SLC. Eles afirmaram que o setor continua puxando o desenvolvimento do País, principalmente pela recuperação da safra 2016-17.
E os indicadores atuais desenham também uma projeção positiva para o futuro. De acordo com a ABPA, a receita na exportação de suínos cresceu 28% neste último ano e a de aves, 7%, o que representa um grande avanço para o segmento, principalmente diante da seca de 2016 e da Operação Carne Fraca, deflagrada em março de 2017. Para Turra, “o Brasil é reconhecido pelo seu profissionalismo e pela sua ampla experiência em produção e exportação de produtos agrícolas, o que auxiliou na recuperação do setor”.
Esses números, no entanto, vão de encontro ao volume produzido de aves e suínos, que ainda apresenta dados negativos na comparação entre o primeiro semestre de 2017 com o de 2016. Em relação às aves, o Brasil exportou 4% menos, enquanto os suínos estão 2% no negativo. A expectativa para o presidente da ABPA é que, ao final do ano, haja um crescimento de receita e de volume para o mercado.
Já a parte de grãos tem evoluído bastante no Brasil, segundo Logemann. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade atingiu uma série histórica no biênio 2016-2017, chegando a 3.844 kg/hectares, ou seja, 237 milhões de toneladas. Junto a esse avanço, só em grãos exportados foram mais de 110 milhões de toneladas, o que representa 17% da quantidade mundial.
Falando sobre o potencial da agricultura brasileira, Logemann afirmou que a produção do País cresceu 400% nos últimos 30 anos, tendo atingido 43 milhões de hectares plantados por todo o Brasil. “A importância da agricultura no País é muito maior do que podemos supor e tende a aumentar quando a fazenda for conectada”, disse.
De acordo com os convidados, a tecnologia vem a beneficiar o agronegócio, agilizando processos e facilitando a conectividade entre as diferentes partes envolvidas, mas não será o suficiente. “O problema do Brasil é ainda o armazenamento e a distribuição. Os impostos também não ajudam, mas a grande questão é a logística para entrega”, disse Logemann. Turra, concordando, afirmou que o campo está sofrendo uma grande transformação e profissionalização, mas ainda menor do que o mundo exige.
Aproveitando o tema do encontro, a empresa SLC Agrícola foi homenageada pela presidente da Federasul, Simone Leite, pelos 40 anos de fundação da entidade. Dedicando 400.000 hectares à produção agrícola, a empresa mantém um crescimento constante de 5% ao ano. O presidente do Grupo SLC, Eduardo Logemann, agradeceu a placa-homenagem, reforçando o compromisso da empresa com a produção de alimentos e lembrando que a empresa iniciou plantando em 20.000 hectares.
Fonte: Agrolink