Grupos de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, população extrativista, pescadores, povos indígenas, quilombolas, mulheres e jovens dos estados e Distrito Federal estão participando de discussões em busca de propostas para nortear a política de desenvolvimento da agricultura familiar no país pelos próximos 20 anos. Em outubro, eles trarão os resultados dos debates a Brasília para a construção do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. O documento terá metas de curto, longo e médio prazo a partir das sugestões.
O plano com objetivos ligados à agricultura familiar será construído sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário. De acordo com informações do órgão, nos últimos dois meses, foram realizadas 85 conferências em 13 estados, com a participação de 7,5 mil pessoas. Até a reunião nacional em que será construído o plano, mais 182 encontros ocorrerão em vários pontos do Brasil. Segundo o secretário executivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável do ministério, Roberto Nascimento, a intenção é que seja um processo democrático.
“Nós queremos construir um plano que seja exequível. Estamos construindo com bom-senso para que aquilo que saia seja possível de colocar em prática”, disse. Nascimento destacou que nos últimos anos foi instituída uma série de políticas que beneficiaram a agricultura familiar, entre elas o acesso ao crédito rural. No entanto, a população do campo ainda tem carências. O secretário cita como exemplo a necessidade de políticas de comercialização, para aumentar a produtividade e, ainda, para diminuir a miséria que ainda atinge parcela dos habitantes de áreas rurais.
De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o país tem 4,3 milhões de propriedades da agricultura familiar, que responde por 75% da mão de obra no campo. Um total de 70% dos alimentos consumidos no Brasil é originário desse tipo de agricultura.
Fonte: Agência Brasil