Safras & Mercado: balanço semanal – soja, milho e trigo (31 de julho a 4 de agosto)

Queda de 5% em Chicago trava mercado brasileiro de soja

O mercado brasileiro de soja praticamente travou na primeira semana de agosto. As cotações caíram de forma generalizada, seguindo principalmente a forte baixa dos contratos futuros em Chicago. Com referenciais menores, o produtor se retraiu e paralisou a comercialização.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 68,20 para R$ 65,50 entre os dias 28 de julho e 3 de agosto. No mesmo período, a cotação recuou de R$ 65,00 para R$ 62,50 em Cascavel (PR). No Porto de Paranaguá, o preço baixou de R$ 73,00 para R$ 70,00.

A saca passou de R$ 60,50 para R$ 58,50 em Rondonópolis (MT). Em Dourados (MS), o preço despencou de R$ 59,50 para R$ 56,50. Em Rio Verde (GO), o preço também caiu forte no período, recuando R$ 4,00 para R$ 58,00.

Com a melhora do clima nos Estados Unidos, o vencimento novembro/2017 caiu 5,2% na CBOT, encerrando o pregão de quinta-feira (3) cotado a US$ 9,60 ½ o bushel. Já o dólar fechou cotado a R$ 3,1136 em baixa de 0,67%.

O mercado de clima mudou de direção em Chicago, após dois meses de altas por conta das previsões de poucas chuvas e temperaturas elevadas.

No início de agosto, no entanto, as previsões indicam bom volume de precipitações e temperaturas amenas, condições favoráveis para o desenvolvimento das lavouras em um período crítico para a definição da produtividade da safra americana.

 

Exportações de milho disparam em julho e atingem 2.323 milhões de toneladas

As exportações de milho do Brasil registraram receita de US$ 357 milhões em julho (21 dias úteis), com média diária de US$ 17 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país foi de 2.323 milhões de toneladas, com média de 110.600 toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 153,70.

Na comparação com a média diária de junho, houve elevação de 293,2% no valor médio exportado, alta de 312,5% na quantidade média diária e perda de 4,7% no preço médio. Na comparação com julho de 2016, houve ganho de 93,7% no valor médio diário exportado, elevação de 122,2% na quantidade média diária e desvalorização de 12,8% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Leilões

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou 751.870 toneladas de milho ou 99,98% das 752 mil toneladas ofertadas nos leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (Pep) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural e/ou sua cooperativa (Pepro) realizados nesta quinta-feira, 3 de agosto, por meio dos avisos 163 e 164/2017.

No aviso 163, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou 100% das 60 mil toneladas ofertadas no leilão de Prêmio para Escoamento do Produto (Pep). No aviso 164, a Conab vendeu 99,98%, ou 691.870 toneladas, das 692 mil toneladas ofertadas no leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro).

 

Mercado de trigo avalia situação das lavouras no sul do Brasil

O mercado brasileiro de trigo encerra a semana de olho na situação delicada das lavouras no Rio Grande do Sul. Segundo o analista de Safras & Mercado, Jonathan Pinheiro, o término da temporada anterior registrou maior possibilidade de recuperação de preços, devido principalmente a um baixo volume de estoques comercializáveis tanto no âmbito doméstico quanto no Mercosul.

“Desta forma, o mercado inicia a atual temporada com o mesmo quadro, pelo menos até o início da colheita, momento em que as cotações, dentro de um cenário de normalidade da safra, tendem a recuar devido à pressão de oferta, ocasionada pelo ingresso de um volume considerável em um curto espaço de tempo”, disse.

“Apesar disso, para a próxima temporada há dois grandes focos a se prestar atenção. Um deles é a possível redução da produtividade no Brasil, que apresentou diversos problemas ao longo do período de plantio, além do cenário internacional, tendo destaque para os estoques mundiais e o câmbio”, disse.

Dados oficiais

Segundo a Emater/RS, a cultura do trigo no Rio Grande do Sul está na fase de crescimento, prejudicada pela escassez de umidade do ar e do solo, trazendo como consequência plantas amareladas e com doenças fúngicas (manchas folhares e oídio). Os tratos culturais estão suspensos pela falta de umidade, principalmente a aplicação de herbicidas e fertilizantes. A falta de umidade, os dias claros e ensolarados com temperaturas elevadas têm desidratado o solo, levando as plantas ao estresse.

Caso não chova com certa abundância nos próximos dias, as perdas poderão ser irreversíveis. A área plantada no RS está com 97% em desenvolvimento vegetativo (parte em início de alongamento) e 3% em floração. O preço médio da saca de 60 quilos praticado pelo mercado durante a semana foi de R$ 32,40.

No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), com plantio já concluído, a área com trigo em 2017 fica em 955.835 hectares e deve recuar 13% frente aos 1.099 milhão de hectares cultivados na safra anterior.

Segundo o Deral, 56% das lavouras estão em boas condições, 31% em condições médias e 13% em situação ruim, divididas entre as fases de germinação (2%), crescimento vegetativo (33%), floração (30%), frutificação (32%) e maturação (3%).

O Deral estima a produção 2016/17 de trigo do Paraná em 2.82 milhões de toneladas, com queda de 19% em relação às 3.486 milhões de toneladas da safra passada. A produtividade média é estimada em 2.970 quilos por hectare, com queda de 6% em relação aos 3.171 quilos por hectare obtidos na temporada 2015/16.

Levantamento Safras

A reportagem da Agência Safras realizou na última semana levantamento de informações em importantes regiões produtoras no Rio Grande do Sul. A situação das lavouras de trigo da região de atuação da cooperativa Cotrirosa, em Santa Rosa, no norte do Rio Grande do Sul, tende a melhorar após a chegada de chuvas na última quarta-feira.

Segundo o engenheiro agrônomo da cooperativa, Taciano Reginatto, as precipitações de cerca de 30 mm favoreceram a aplicação de nitrogênio. “A expectativa é de que as chuvas voltem a se normalizar a partir de agora, com frequência de uma por semana, pelo menos. Chovendo na semana que vem, já teremos uma grande melhora nas lavouras. Por enquanto, as condições são boas”, disse.

As lavouras se dividem entre as fases de elongamento (80%) e espigamento (20%). A colheita é prevista para começar em 15 de outubro. A área da Cotrirosa foi confirmada em nove mil hectares.

 

 

Fonte: Agência Safras

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