A produção aumentando e a demanda fraca na ponta final da cadeia, estão ditando o ritmo do mercado de leite no País que registrou a segunda queda consecutiva nos preços pagos aos produtores.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média dos dezoito estados pesquisados ficou em R$ 1,155 o litro, sem o frete. Houve queda de 1,5% em relação ao pagamento anterior.
Com os recentes recuos, em valores nominais, o produtor está recebendo 1,6% menos na comparação com igual período do ano passado. Veja a figura 1.
Preço do leite ao produtor (média nacional ponderada) – em R$/litro, valores nominais.
Fonte: Scot Consultoria
Do lado da produção, em junho, o volume captado pelos laticínios (média nacional) aumentou 2,1% em relação a maio.
Para julho, a expectativa é de incremento de 2,4% na produção (dados parciais), com aumentos nos estados do Sul do país, além de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Com relação a demanda, em julho, houve queda nos preços dos lácteos tanto no atacado como no varejo, corroborando com o cenário de consumo fraco no País. Os preços dos lácteos vêm patinando desde meados de abril nas indústrias e nos supermercados.
Para o pagamento a ser realizado em meados de agosto (produção de julho), 69% dos laticínios pesquisados acreditam em queda no preço do leite ao produtor, 23% falam em manutenção e os 8% restantes acreditam em alta nos preços do leite.
As quedas para o produtor previstas variam de R$ 0,02 a R$ 0,08 por litro, segundo as empresas pesquisadas.
No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços do leite caíram nas duas quinzenas de julho nos cinco estados pesquisados. Os valores médios variaram de R$ 1,14 a R$ 1,21 por litro, dependendo do estado.
Não estão descartadas quedas nos preços do leite no mercado spot nas próximas quinzenas.
Com relação aos custos de produção da pecuária leiteira, estes caíram pelo sexto mês consecutivo.
Segundo o Índice Scot Consultoria, em julho, o recuo foi de 3,8% em relação a junho deste ano. Desde o início da queda, em fevereiro deste ano, a queda acumulada é de 12,1%.
O “refresco” para o produtor veio principalmente dos alimentos concentrados, notadamente os energéticos, pressionados pela queda da cotação do milho.
Na comparação com julho do ano passado, os custos de produção da atividade caíram 14,8%.
Fonte: Scot Consultoria