Café arábica teve julho de altas nas cotações no mercado

Os preços do café arábica subiram neste mês de julho no mercado internacional, com as cotações acompanhando o movimento no Brasil. Se junho foi de preços atingindo os patamares mais baixos em um ano na Bolsa de Nova York, julho foi de recuperação, com o café seguindo fatores fundamentais, técnicos e financeiros.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o mês de julho normalmente é melhor em termos de cotações na Bolsa de Nova York para o arábica, que baliza a commodity no mundo. Em junho, NY chegou a trabalhar abaixo de US$ 1,20 a libra-peso. Então, a bolsa passou por um movimento de correção dessas perdas, que foram exageradas, servindo de “trampolim” para as altas de julho, disse.

As notícias de quebra de rendimento no beneficiamento do café na safra nova brasileira contribuíram para os ganhos em NY. Barabach indica que a safra é considerada “miúda”, com grãos em média menores, o que pode afetar o número final da produção. Isso dá sustentação ao mercado.

No cenário financeiro, o dólar fraco no Brasil é outro fator altista na bolsa de NY, trazendo o sentimento de perda de competitividade para as exportações brasileiras. O dólar comercial caiu 4,8% até este dia 27. As altas do petróleo e do índice de commodities CRB puxaram o arábica também para cima.

No balanço mensal, o arábica para setembro em NY passou de US$ 1,2570 para US$ 1,3595 a libra-peso, acumulando uma valorização de 8,1%. O robusta na Bolsa de Londres não acompanhou os ganhos de NY e teve baixa de 0,4% no balanço mensal.

No mercado físico brasileiro de café, a colheita andou bem em julho, com clima favorável. O beneficiamento é que está lento, com o produtor não tendo pressa para vender, estando menos ativo na comercialização. O produtor dosa a oferta e o comprador também está cauteloso, demonstrando estar bem abastecido. “Há um certo equilíbrio de forças”, disse o consultor.

No arábica no Brasil, as cotações não acompanharam na mesma proporção a valorização de NY. Barabach disse que isso ocorre devido à chegada da safra brasileira e em função do dólar em baixa no País. No balanço mensal, o café arábica bebida boa, com 15% de catação, subiu no mês de R$ 455,00 para R$ 465,00 a saca, elevação de 2,2%.

Fonte: Lessandro Carvalho – Agência Safras

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