Breno Mesquita, da CNA: recursos do Funcafé ainda não chegaram aos produtores

Breno Mesquita, da CNA. Foto: Wenderson Araujo

Por Equipe SNA

Com 30% da safra de café colhida, os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), da ordem de R$ 3,100 bilhões, ainda não chegaram às mãos do produtor. Segundo Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café, da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o Conselho Monetário Nacional já aprovou a divisão desses recursos, que deveriam chegar aos agentes financeiros a partir dessa semana. Os recursos do Funcafé são usados para financiar atividades de custeio e armazenagem, bem como a compra da commodity por parte de indústrias, cooperativas e exportadores.

“O que estamos cobrando do governo é justamente a serenidade, a rapidez na tomada de decisão. Diante da crise que o setor enfrenta, queda de 25%, esses recursos viriam justamente para o cafeicultor se monetizar e vender o café na medida da sua necessidade, deixando para comercializar uma quantidade maior no momento em que o preço estivesse mais competitivo. E nós já perdemos 30% da safra”, disse Breno Mesquita.

Ainda de acordo com o presidente da Comissão Nacional do Café, da CNA, estes recursos não serão suficientes, pois não se destinam apenas ao produtor. “A indústria terá acesso, a exportação terá sua fatia e as cooperativas também. No final, pouquíssimos produtores terão acesso a esse recurso porque não têm garantia para dar. A maioria, ao longo dos anos, veio se descapitalizando e hoje se encontra com dificuldades de tomar recursos. É preciso muito mais que isso, precisamos de políticas concisas de garantia de renda ao produtor”, acrescenta Breno Mesquita.

Para ele, não basta somente o financiamento da safra, é necessária atitude rápida e proativa do governo. “Em vista da situação e do agravamento já ocasionado pela falta de recursos no momento certo, hoje, o setor precisa muito mais que isso. Junto ao recurso do Funcafé, precisamos de uma política de renda para o setor passando por um programa de opção e um programa de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor). Sem isso, a situação ficará insustentável para a cafeicultura nacional. Nós pagamos nossos compromissos, nós mantivemos os empregos dos nossos funcionários e projetamos nosso futuro. E, ainda assim, não saímos do lugar”, finaliza Mesquita.

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