A empresa bilionária Belagrícola, de Londrina, no Norte do Paraná, teve 53,99% das ações vendidas ao grupo chinês DKBA. O valor envolvido na transação não foi revelado. A transação começou há cerca de um ano e acaba de ser aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Apesar do grupo estrangeiro passar a deter o controle da Belagrícola, a gestão segue sob responsabilidade dos sócios paranaenses.
A Belagrícola, cujo ramo principal é a comercialização de grãos e insumos, faturou, em 2016, R$ 2.8 bilhões. Segundo Flavio Andreo, CEO da companhia, com a injeção de capital o negócio deve aumentar em duas vezes seu tamanho nos próximos cinco anos.
Andreo relata que a negociação começou há cerca de um ano. “Esse grupo chinês veio ao Brasil com o interesse de investir no mercado agrícola. Eles pesquisaram o setor com a intenção de ficar o mais próximo possível da produção, mas sem ser dono de terras”, disse.
A DKBA, em um primeiro momento, adquiriu a empresa Fiagril, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, que tem um perfil parecido com o da Belagrícola. Os chineses então procuraram assessores para ajudá-los, pois queriam adquirir outra companhia do ramo. “A indicação de uma empresa com uma sinergia grande e muito semelhante em tamanho e modelo de negócio, mas abrangendo o Sul do Brasil, foi a Belagrícola”, disse o CEO.
Hoje a empresa do interior do Paraná atua em outros dois estados: Santa Catarina e São Paulo. São 38 unidades de recebimento de grãos, com um total de 55 lojas de insumos. A companhia emprega 1.600 pessoas no País e já é uma das maiores do setor no Brasil.
Andreo disse que hoje a Fiagril e a Belagrícola compartilham o mesmo sócio majoritário, porém, as duas seguirão com administrações independentes. A Fiagril terá seus negócios voltados à metade norte do Brasil e a Belagrícola voltará seus esforços à metade sul. “Existe uma ideia de expansão dos nossos negócios para outros estados”, disse o CEO.
A Belagrícola
A Belagrícola surgiu em 1985 em Bela Vista do Paraíso, próximo a Londrina. Desde então a organização cresceu para tomar o posto de uma das 1.000 maiores empresas do Brasil, no ranking da Revista Exame. A empresa do interior paranaense também ocupa a 26ª colocação entre as maiores da Região Sul em vendas líquidas.
O CEO Flavio Andreo, que também é um dos sócios do negócio, relata que há alguns anos a empresa vem investindo no melhoramento da sua governança. “Apesar de ser uma empresa familiar, começamos a auditá-la há mais de cinco anos, também contratamos diretores independentes da família e foi criado um conselho”, disse.
Sobre o negócio com a empresa chinesa, Andreo enfatiza a postura dos representantes do país asiático. “Faz mais de um ano que viemos conversando. Me surpreendeu positivamente a forma como abordam o tema brasil. Eles têm um respeito muito grande pelo País, entendem a importância do Brasil para eles. Acredito que essa é uma chance [de investimentos] que o nosso país tem que aproveitar melhor”, disse.
Fonte: Gazeta do Povo – AGRONegócio