As inundações trouxeram transtornos para a Argentina nesse mês, causando um efeito flashback sobre as perdas nas colheitas há um ano, embora as temperaturas, mais frias, tenham reduzido o risco de doenças.
A produção de soja se encontra novamente comprometida devido as abundantes chuvas registradas em plena janela de colheita. Durante o último final de semana, as precipitações superaram os 200mm em vários setores de Buenos Aires.
Considerando ainda que antes dessas chuvas ainda haviam extensas áreas alagadas em La Pampa, sul de Córdoba, sul de Santa Fe e setores do noroeste argentino, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) chegou ao número de mais de 1 milhão de hectares afetados.
Segundo a Bolsa, a magnitude das perdas irá depender ainda da evolução do clima no curto prazo, mas a situação coloca em risco a produção nacional.
A BCBA mantém sua estimativa de 56.500.000 toneladas para a safra de soja do país, mas diminui as possibilidades de alcançar um volume superior ao final da colheita em função do alto rendimento das lavouras.
Tabela com área de soja na Argentina. A primeira coluna mostra o país dividido em Zonas. A segunda, a área plantada (sembrada). Na terceira, a área perdida e na quarta, a área apta para colheita (cosechable)
Os primeiros rendimentos no centro da região agrícola superavam as expectativas iniciais. Até o momento, o avanço da colheita foi de 7,8% a nível nacional, com um progresso semanal de 1,8% e um atraso de 6,2% em relação ao ano passado. A produtividade média nacional, até o momento, é de 3.620 quilos (60 sacas) por hectare e o volume parcial acumulado supera os 5.1 milhões de hectares.
Saiba o que ocorreu
Durante o final de semana passado, vários setores da província de Buenos Aires acumularam médias de chuvas de 200mm que geraram o alagamento de lotes e o transbordar de rios, provocando perdas na área plantada e atrasando a colheita de quadros que se encontravam em maturação fisiológica.
Foram apontados ainda progressos de colheita em setores de Córdoba, centro e norte de Santa Fe e em menor medida em Entre Ríos, onde as chuvas acumuladas foram de menor intensidade. Os rendimentos levantados durante os dias anteriores mantêm a tendência altista registrada no último informe da BCBA.
A Bolsa ainda indica que o atual atraso na colheita também é explicado por uma maior proporção de plantios de segunda etapa em amplos setores do centro da região agrícola nacional, consequência de uma maior área destinada ao cultivo de trigo.
Por último, as baixas temperaturas logo após as tempestades reduziram as chances de registrar enfermidades em ambientes de alta umidade, como foi o caso durante abril do ciclo anterior.
Fonte: Notícias Agrícolas