Um capim mais nutritivo tanto em proteína bruta quanto em digestibilidade, que carrega benefícios superiores em comparação às demais cultivares da espécie no mercado. Essa é a principal vantagem da cultivar BRS Quênia, o segundo híbrido de Panicum maximum lançado, no início de março, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“Comparada sob pastejo com as cultivares mais plantadas no Brasil, a BRS Quênia resultou em 17% maior ganho em peso individual e por área do que a cv. Mombaça, no bioma Cerrado, e 30% maior ganho em peso individual e 9% maior ganho em peso por área do que a cv. Tanzânia, no bioma Amazônia” informa a pesquisadora Liana Jank, da Embrapa Gado de Corte (MS), em entrevista à equipe SNA/RJ.
Há dois anos, juntamente com outros pesquisadores, ela também lançou no mercado o primeiro híbrido de Panicum, a BRSTamani.
CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS
De acordo com a especialista, “trata-se de um capim produtivo, de porte médio com abundância de folhas de largura média-estreita e com colmos finos e tenros, o que confere facilidade de apreensão pelos animais e facilidade e flexibilidade no seu manejo”.
Liana defende que as principais vantagens da nova variedade são a produção, o valor nutricional e a facilidade de manejo, “o que não é encontrado em nenhuma outra cultivar da espécie de porte médio a alto no mercado”.
Ela pondera, no entanto, que a BRS Quênia “não vem ao mercado com o objetivo de melhorar os solos, assim como fazem as leguminosas”. “Em geral, os capins não melhoram os solos, mas podem contribuir para a redução dos gases de efeito estufa.”
COMPARATIVO COM OUTRA NOVA CULTIVAR
Também no início de março, a Embrapa lançou outro tipo de capim – a BRS Ipyporã –, um híbrido de braquiária (Brachiaria). Essa a forrageira destaca-se pela resistência a diferentes espécies de cigarrinhas. Leia mais em https://sna.agr.br/?p=46205.
Fazendo um comparativo, Liana ressalta que, normalmente, “as cultivares de Panicum maximum são mais produtivas e de melhor qualidade para uso em solos de média a alta fertilidade e corrigidos”.
“Já as cultivares de Brachiaria são usadas em solos de baixa a média fertilidade e são mais rústicas, demandando menor necessidade de adubação e manejo.”
COMERCIALIZAÇÃO
Conforme Liana, as sementes da BRS Quênia serão comercializadas pelas empresas de sementes associadas à Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras), que constam no site www.unipasto.com.br.
“As sementes estarão disponíveis aos produtores rurais a partir de agosto de 2017. O valor das sementes, que serão comercializadas, ainda não foi determinado.”
Por equipe SNA/RJ