O Maranhão tem tradição no cultivo e uso da mandioca, sendo o quarto maior plantador da raiz do Brasil. A produção, em sua maioria, é de origem familiar, para sustento e renda. Por outro lado, o estado tem um dos piores rendimentos. A cultura, no entanto, apresenta alto potencial de ganho por unidade de área, adaptação às condições adversas de solo e do clima e período de colheita flexível. Portanto, tem grande capacidade para geração de mais emprego e riquezas.
A Embrapa Cocais, visando a contribuir com a melhoria desse atual cenário da mandiocultura maranhense, vai realizar mais um treinamento em sistema de produção, multiplicação rápida, processamento e uso da mandioca, inclusive na alimentação animal. A capacitação será de 21 a 23 de março em Chapadinha (MA) e vai preparar cerca de 20 técnicos da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp).
Segundo o pesquisador José de Ribamar Veloso, o curso também irá abordar recomendações técnicas sobre plantio, tratos culturais, doenças e pragas e métodos de controle, colheita, pós-colheita e processamento. “O objetivo é formar multiplicadores (técnicos e agricultores) em novas tecnologias para a cadeia produtiva da mandioca no Maranhão e melhorar a produtividade local e a qualidade de renda e de vida dos produtores”.
Na ocasião, será realizada a instalação de Unidade de Aprendizagem de 50 x 50 metros para a prática do treinamento, com aplicação de calcário e plantio em espaçamento correto. Após o treinamento, deverão ser montadas, pela Agerp, 70 Unidades de Produção e 17 Unidades de Processamento. A iniciativa, que é parte de uma parceria entre a Embrapa e a Agerp, inclui ainda a cultura do feijão caupi e aves caipiras, e será ampliada para outros cultivos no estado.
Multiplicação de sementes
O projeto de multiplicação de sementes, conhecido por Reniva – Rede de Multiplicação e Transferência de Manivas (semente de mandioca com qualidade genética e fitossanitária), consiste basicamente na indução à brotação e no enraizamento dos brotos das manivas. A meta é aumentar o banco de reservas de semente do agricultor familiar maranhense, ampliando as novas áreas de plantio, mesmo em épocas de escassez de chuvas ou de outras intempéries.
“Se uma planta madura gera cerca de dez manivas-sementes, com as técnicas de multiplicação esse número poderá chegar a 400 mudas. O que propomos é a modificação da forma de plantio da maniva, que nada mais é do que o caule da mandioca. Em vez de enterrar todo o caule-semente de forma desordenada no solo, e de uma só vez, o projeto Reniva ensina a cortar esse caule por etapas, replantando a semente para que ela se multiplique”, disse Veloso.
Produto típico
A mandioca é produto típico da culinária maranhense. É aproveitada em diversas formas de processamento e usos como farinha d´água, farinha seca, farinha mista, fécula ou goma ou polvilho doce e polvilho azedo, macaxeira ao natural para cozimento ou outros fins, mandioca frita, beiju, tapioquinha de goma, tapioca, massa puba e seus derivados como o tucupi (água da prensa fervida com pimenta, sal e especiarias) e o sagu (derivado da fécula de mandioca de aspecto granuloso). O produto também tem uso bastante difundido na alimentação animal.
Fonte: Embrapa