Dólar sobe acompanhando o exterior, atento à cena política e à espera do Fed

O dólar comercial fechou em alta de 0,54%, cotado a R$ 3,1687 para compra e a R$ 3,1693 para venda, com máxima a R$ 3,1828 e mínima a R$ 3,1500, com o mercado à espera da reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve, quando as taxas de juros dos EUA devem ser elevadas.

Do lado doméstico, predominou a expectativa pela lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve entregar nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedidos de abertura de inquéritos para investigar políticos citados em depoimentos de delatores da Odebrecht.

“O processo político doméstico causa alguma apreensão e pode amplificar (a reação do mercado a) alguma decisão diferente do Fed amanhã”, disse o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa.

O mercado acredita amplamente que o Fed vai aumentar a taxa de juros pela primeira vez este ano na reunião que termina no dia seguinte. O que gerava expectativa no mercado é a sinalização que o Fed dará para os próximos passos daqui para a frente.

De modo geral, se espera que o Fed promova três aumentos de juros este ano e qualquer sinal de que ele pode ser mais agressivo no aperto monetário, pode levar a novo ajuste no câmbio.

O Fed divulga sua decisão nesta quarta-feira as 15h00 (Horário de Brasília), com entrevista coletiva da presidente Janet Yellen em seguida.

No mercado internacional, por volta das 17h30 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,39%, cotado aos 101,65 pontos, enquanto o euro estava em baixa de 0,49%, cotado a US$ 1,0602.

Internamente, o mercado continuou cauteloso por conta da lista de Janot, que pode afetar importantes figuras políticas da base e do próprio governo do presidente Michel Temer. O temor é de que esse cenário possa prejudicar a votação de pautas no Congresso Nacional, como a reforma da Previdência.

Durante a tarde, notícia veiculada no site da revista Veja de que a lista seria entregue nesta terça-feira ao STF, levou o dólar para a máxima do pregão, juntamente com outra matéria, do Valor PRO, de que o governo já estaria trabalhando com o adiamento da votação da reforma da Previdência.

O Banco Central continuou fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer tipo de intervenção para esta sessão, por enquanto. O mercado segue na expectativa sobre o que o BC fará com o lote de swaps tradicionais que vence em abril, equivalente a US$ 9.711 bilhões, se fará alguma rolagem ou não.

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