Liberações do Funcafé
Nesta semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou a lista de repasse dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) contratados pelos agentes financeiros na safra 2016. Do total de R$ 4.586 bilhões acertados com as instituições, foram repassados, até 17 de outubro, R$ 2.622 bilhões, ou 57,17%.
Do montante encaminhado aos bancos e cooperativas de crédito até a última segunda-feira, R$ 1.339 bilhão são destinados à linha de Estocagem; R$ 724 milhões para Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 476.6 milhões para Capital de Giro de Cooperativas de Produção (R$ 218.5 milhões), Indústrias de Torrefação (R$ 140 milhões) e Indústrias de Solúvel (R$ 118.1 milhões), e R$ 82 milhões para a linha de Custeio (veja planilha abaixo – clique na imagem para ampliar).
O CNC recorda que os mutuários interessados em tomar recursos do Funcafé na safra 2016 devem procurar os agentes financeiros e efetivar a solicitação, de maneira que o pedido seja feito ao Ministério da Agricultura e a pasta faça o encaminhamento dos recursos. Os prazos finais para contratação são:
— 30 de novembro para Capital de Giro das Indústrias de Torrefação e Solúvel;
— 30 de dezembro para FAC;
— 31 de janeiro para Estocagem;
— 28 de fevereiro para Custeio, que pode ser estendido até 31 de julho quando o orçamento contiver apenas verbas destinadas à colheita; e
— 31 de março para Capital de Giro das Cooperativas de Produção.
Conselho de entidades do agro
Na terça-feira, 18 de outubro, recebemos, com satisfação, o convite para sermos representantes da cafeicultura brasileira no Conselho de Entidades do Agro ou Fórum Permanente da Agropecuária, iniciativa idealizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que possui o duplo objetivo de apoiar a regeneração do Estado e da economia brasileira, assim como defender produtores e a produção do campo.
O Conselho Nacional do Café entende como louvável a iniciativa da sempre parceira CNA e acredita que a união das entidades neste fórum será capaz de possibilitar a defesa de interesses comuns ao setor agropecuário do Brasil, entre os quais se destacam: modernização da política agrícola oficial, dando-lhe caráter plurianual; simplificação do sistema tributário; implantação do Código Florestal; racionalização da legislação trabalhista de acordo com a realidade do campo e a evolução tecnológica; segurança jurídica de produtores e proteção à propriedade privada; políticas comerciais baseadas no interesse econômico do País; e melhora efetiva na infraestrutura logística.
Aproveitamos o ensejo para parabenizar o presidente da CNA, João Martins, pela brilhante iniciativa de unir as representações expoentes de cada setor do agronegócio brasileiro, evidenciando que a Confederação é a base da unificação do setor primário e que, assim, servirá de suporte para que se busquem soluções ao principal gerador de divisas para o Brasil ao longo dos últimos anos.
Mercado
Apesar das perdas nos dois últimos pregões, os contratos futuros do café acumularam ganhos na semana. O comportamento do dólar, o desenvolvimento da safra brasileira 2017/18 e os indicadores técnicos foram os principais fatores que influenciaram o movimento das cotações.
No Brasil, o dólar comercial foi cotado ontem a R$ 3,139, em queda de 2,06% em relação ao fechamento da semana anterior. O significativo fluxo de entrada de divisas, dado que o prazo para regularização de recursos brasileiros no exterior encerra em 31 de outubro, explica a apreciação do real ante o dólar. O ainda atraente patamar dos juros no País, após o corte de 0,25% na Selic, também apoiou essa tendência.
Em relação às condições climáticas que afetam o desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil, a Somar Meteorologia estima, até a próxima segunda-feira, redução do calor excessivo e precipitações da ordem de 30 mm a 50 mm no Paraná, São Paulo, Sul e Cerrado de Minas Gerais. Porém, na Zona da Mata, Espírito Santo e Bahia ainda predominará tempo quente e seco. Segundo a Climatempo, as chuvas devem retornar ao Espírito Santo entre os dias 29 e 30 de outubro.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,5590 a libra-peso, em alta de 50 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem cotado a US$ 2.095,00 a tonelada, em alta de US$ 51,00 em relação à última sexta-feira.
No mercado físico nacional, pela primeira vez os preços do café conilon superaram os do arábica, refletindo a crítica situação de escassez do produto. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 507,50/saca e a R$ 518,58/saca, respectivamente, com variações de -0,3% e 4,7% em relação ao fechamento da semana anterior.
Fonte: CNC