FCStone eleva previsão de déficit global de açúcar e vê moagem menor no centro-sul

A consultoria INTL FCStone estimou um aumento no déficit global de açúcar na safra 2016/17 (outubro/setembro) para 9.7 milhões de toneladas, em meio a uma quebra de safra no centro-sul do Brasil, o maior produtor global, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira.

O volume projetado é resultado de um aumento de 1,7% na produção global em relação à safra 2015/16, para 176.44 milhões de toneladas, que não conseguiu compensar uma elevação na demanda mundial de 1,8%, para 186.13 milhões de toneladas.

“Este aumento (na demanda) é resultado do crescimento esperado para as economias dos principais consumidores de açúcar, principalmente nos mercados emergentes, onde a urbanização e industrialização têm efeito considerável sobre o consumo do adoçante”, disse o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho.

A estimativa anterior da consultoria apontava um déficit de 7.8 milhões de toneladas.

“Desde que esta estimativa preliminar foi divulgada até agora, a perspectiva para a produção de alguns grandes players foi reduzida e, pelo menos em parte, isso ainda se deve aos efeitos do El Niño.”

Este fenômeno, que teve uma de suas ocorrências mais intensas da história, causou seca na entressafra de alguns países produtores e condições adversas para a colheita na safra de outros.

Moagem cai no centro-sul

Após seca e geada, centro-sul do Brasil deve processar 609.5 milhões de toneladas de cana na safra 2016/17, contra 619 milhões de toneladas estimados anteriormente, em maio.

A nova estimativa indica queda de 1,3% em relação a safra anterior.

“Apesar da diminuição no volume de cana processada em comparação com 2015/16, a moagem desta safra ainda seria a segunda maior já registrada no centro-sul, representando diferença de 8,3% acima da média das últimas cinco safras”, comentou o analista Botelho.

Para a produção total de açúcar do centro-sul, a FCStone acredita que este ciclo deve registrar 34.3 milhões de toneladas, 10% acima da safra passada e marginalmente superior ao recorde estabelecido na safra 2013/14.

“A maioria das empresas vem aumentando ao máximo a produção do adoçante para aproveitar os elevados preços oferecidos pela exportação deste em comparação com o etanol”, disse o analista.

Já a produção de etanol deverá cair 4,7% em relação a safra anterior, para 26.8 bilhões de litros. Na estimativa anterior, a FCStone apontava uma produção de 27.6 bilhões de litros.

 

Fonte: Reuters

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