É lógico e natural concordar que este mês de junho – que ora fecha o primeiro semestre de 2016 – nada tem de parecido ou similar ao junho de um ano atrás. Pois, nesse espaço de tempo, muita coisa mudou. E não só no Brasil.
Mas, ficando só com o País, mudou a política, mudou o governo, mudou a economia. Mudou até o clima, hoje mais amigável. Da mesma forma que mudaram as condições de consumo, agora totalmente deterioradas. Por fim (mas não por último), mudaram – radicalmente, de forma jamais vista – os custos de produção do frango.
A relação, com certeza, irá muito mais além. E só faz aumentar a surpresa frente à constatação de que a única coisa que não mudou foi o comportamento do mercado de frangos vivos. Pois, apesar de todas as diferenças ao seu redor, ele teve (pelo menos até ontem) desempenho absolutamente similar ao de junho de 2015.
O gráfico abaixo comprova isso, mostrando que – tirante as diferenças nas datas de reajuste (influência, sobretudo, dos finais de semana, quando não há negociações) – o que aconteceu em junho corrente foi cópia fiel do ocorrido no mesmo mês do ano passado.
Assim, da mesma forma que há um ano, neste junho o frango vivo comercializado no interior paulista obteve nove ajustes de cinco centavos cada. Portanto, nas duas ocasiões experimentou valorização de R$ 0,45.
A despeito das coincidências, alguma diferença ocorreu, visto que o preço médio deste mês ficou 13% acima do registrado em junho de 2015.
E isto, claro, influenciou o índice de variação entre o primeiro e o último dia do período. Dessa forma, enquanto há um ano o frango vivo fechou junho valendo quase 21% mais que no início do mês (de R$ 2,15/kg para R$ 2,60/kg), desta vez o “ganho” não passou de 18% (de R$ 2,50/kg para R$ 2,95/kg).
Em síntese: tudo de diferente que possa ter ocorrido ao seu redor ou ter influenciado seu comportamento, foi ignorado pelo frango vivo. Seus preços continuaram acompanhando a curva sazonal, independentemente das eventuais variações da oferta, do agravamento das condições de produção ou, ainda, da degeneração do consumo.
Eventualmente, nesta quinta-feira, 30 – derradeiro dia do primeiro semestre – pode ocorrer alguma alteração no preço praticado desde 16 de junho – dificilmente para cima, apesar de este ser o melhor dia da semana para a comercialização do frango vivo. Mas isso em pouco altera o que aqui foi observado.
Agora, é torcer para que o comportamento de junho corrente – que se repete há, pelo menos, cinco anos – tenha prosseguimento em julho. Habitualmente, no início do segundo semestre, prossegue a valorização iniciada no mês anterior.
Fonte: AviSite