Safras & Mercado: Balanço semanal – 06 a 10 de junho de 2016

 

Arroz gaúcho segue com preços em alta por oferta menor

Os preços do arroz gaúcho, principal referencial nacional, encerraram a segunda semana de junho em alta. A saca de 50 quilos era comercializada a uma cotação média de R$ 45,30 na quinta-feira (09). Em relação a igual período do mês passado, a alta era de 10%, quando a saca valia R$ 41,18. Na comparação com igual momento de 2015, a elevação era de 34,8%, quando a saca custava R$ 33,62.

Conforme o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, a queda de braço entre compradores e vendedores continua acirrada. “Porém, os indicadores seguem favorecendo os primeiros”, disse.

Com estoques de passagem baixos e com a quebra da safra, a oferta interna recuou 2.210 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior. “Como o consumo de arroz no Brasil não apresenta grandes osculações, o ajuste do abastecimento ocorrerá pelo comércio internacional”, pondera.

Depois de quatro ciclos comerciais seguidos de superávit, na atual temporada o ingresso de arroz estrangeiro no país terá que superar as saídas. “No primeiro trimestre da temporada, no entanto, o saldo comercial está positivo em 175.000 toneladas”, disse.

O nono levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra brasileira 2015/16 de arroz indica produção de 10.657 milhões de toneladas, o que representa um decréscimo de 14,3% sobre as 12.436 milhões de toneladas de 2014/15. No levantamento anterior, eram esperadas 10.998 milhões de toneladas.

A área plantada com arroz na temporada 2015/16 foi estimada em 1.978 milhão de hectares, queda de 13,8% ante aos 2,295 milhões semeados na safra 2014/15. A produtividade das lavouras foi estimada em 5.388 quilos por hectare, inferior em 0,6% aos 5.419 quilos por hectare na temporada passada.

 

Preços do boi gordo seguem sob pressão de alta

O mercado de boi gordo operou com preços mais altos nesta semana. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, “Os frigoríficos em geral ainda se deparam com escalas de abate encurtadas, elemento-chave para reajustes dos preços de balcão no curto prazo”.

A oferta se mostra mais limitada em grande parte do País. Ainda há resquícios da oferta de safra que pode resultar em um ponto de acomodação dos preços a partir da segunda quinzena de junho.

“A dependência da oferta de animais confinados a partir de julho é uma grande preocupação para o setor, considerando o eventual corte da oferta de animais confinados ao longo de 2016, que é um desdobramento do elevado custo para confinar”, assinalou Iglesias.

A média de preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do País ficou assim nesta semana:

* São Paulo – R$ 157,80 a arroba.
* Goiás – R$ 142,00 a arroba.
* Minas Gerais – R$ 146,00 a arroba.
* Mato Grosso do Sul – R$ 141,58 a arroba.
* Mato Grosso – R$ 135,00 a arroba.

 

Exportações aumentam em volume e em receita em maio

As exportações de carne bovina brasileira apresentaram um crescimento tanto em volume como em receita em maio. Com o embarque de mais de 129.800 toneladas e faturamento de US$ 503.5 milhões, o aumento foi de 15% – em volume e receita – em relação a abril passado. Com relação a maio de 2015, o aumento foi de 14% em volume e 8% em faturamento. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC).

Hong Kong continua na liderança dos países ou regiões que mais importaram carne bovina brasileira, seguido pela China. Para Hong Kong, em meio foram embarcadas no período 28 mil toneladas de carne com faturamento de US$ 96 milhões. Já para a China foram 20.000 toneladas (30% mais que abril), com receita de US$ 84 milhões (aumento de 32% em relação ao mês anterior).

No acumulado do ano (janeiro-maio), o crescimento é de 12% em volume em relação ao mesmo período do ano passado, como embarque de 609.700 toneladas. Já em faturamento, o crescimento é de 1,4% com US$ 2.3 bilhões.

 

Mercado de frango reage um pouco, mas custo ainda preocupa

O mercado brasileiro de carne de frango apresentou reação de preços neste começo de junho para o quilo vivo, muito embora ainda haja preocupação com a elevação significativa dos custos de produção.

“O preço finalmente reagiu, mas ele ainda está abaixo dos custos. Logo, a continuidade do movimento de alta é um fator chave para recuperar a margem dos produtores”, alerta o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.

Iglesias afirma que no segundo semestre o setor já teme um novo vilão nos custos: o farelo de soja, por conta da influência de preços no mercado internacional.

“No momento o custo de produção do quilo vivo em São Paulo oscila entre R$ 2,75 e R$ 2,80, mas ele pode subir ainda mais. O alento é que o preço do milho tende a cair daqui para frente, com o avanço da colheita da safrinha, embora o percentual tenda a ser menor que o registrado em outros anos, em face das perdas na produção por seca e, agora, por geadas”, avalia.

Na semana, Iglesias destaca que no atacado e na distribuição os preços tiveram estabilidade no mercado paulista. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição foi cotado a R$ 4,00, o quilo da asa em R$ 6,30 e o quilo da coxa em R$ 3,75. No atacado, o quilo do peito foi mantido em R$ 3,85, o da asa em R$ 6,00 e o da coxa em R$ 3,65.

Nos cortes resfriados, ele salienta que os preços também apresentaram estabilidade. O preço do quilo peito na distribuição ficou em R$ 4,25, o da coxa em R$ 3,85 e o da asa em R$ 6,40. No atacado, o preço do quilo do continuou em R$ 4,10, o quilo da coxa em R$ 3,75 e o do quilo da asa em R$ 6,10.

Iglesias sinaliza que as exportações seguem exercendo um bom desempenho. “A expectativa é de que sejam embarcadas 350.000 toneladas ao longo de junho, volume importante para manter a oferta interna controlada”, analisa.

O levantamento semanal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que em Minas Gerais a cotação do quilo vivo subiu de R$ 2,50 para R$ 2,75. Em São Paulo o quilo vivo avançou de R$ 2,50 para R$ 2,65.

Na integração catarinense a cotação do frango aumentou de R$ 2,40 para R$ 2,50. No oeste do Paraná o preço teve alta de dez centavos, de R$ 2,40 para R$ 2,50. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo passou de R$ 2,45 para R$ 2,55.

No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango subiu de R$ 2,40 para R$ 2,60. No Distrito Federal o quilo vivo foi cotado a R$ 2,75, ante R$ 2,50 da semana anterior. Em Goiás o quilo vivo passou de R$ 2,45 para R$ 2,65.

Em Pernambuco, o quilo vivo seguiu em R$ 4,00. No Ceará a cotação do quilo vivo permaneceu em R$ 3,50, enquanto no Pará o quilo vivo continuou em R$ 4,00.

 

Com demanda aquecida, suíno confirma recuperação de preço no Brasil

O mercado brasileiro de carne suína registrou mais uma semana de demanda aquecida, o que contribuiu para o avanço das cotações no Centro-Sul do Brasil.

O analista de Safras & Mercado, Allan Maia, ressaltou que a procura tem sido favorável nos frigoríficos neste momento, contribuindo para a recuperação das cotações, ainda que os custos tenham apresentado evolução também. “O setor está repassando a alta registrada no milho e farelo de soja ao valor final do quilo vivo”, disse.

O levantamento de Safras & Mercado apontou que a média de preços do suíno vivo no Centro-Sul avançou 5,39% ao longo da semana, passando de R$ 3,28 para R$ 3,45. No atacado, a média de preços dos cortes de pernil com osso atingiu R$ 6,93, 1,8% acima dos R$ 6,80 registrados na semana passada.

A média de preços do quilo da carcaça ficou em R$ 5,88, avançando 3,2% em relação ao valor médio praticado na última semana, de R$ 5,70.

Maia salienta que as exportações de carne suína seguem em franca recuperação, alcançando volume de 63.103 toneladas em maio e 283.133 toneladas no acumulado do ano. “A alta em relação aos cinco primeiros meses de 2015 chega a 61,8%, ao passo que em relação a maio do ano passado o aumento é de 40.9%”, disse.

Para Maia, a tendência é de que tanto a demanda interna quanto a exportação permaneçam aquecidas ao longo de junho.

A análise de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo foi cotada a R$ 76,00, alta de R$ 4,00 frente à semana passada, de R$ 72,00.

Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo subiu de R$ 2,85 para R$ 2,89, enquanto no interior a cotação avançou de R$ 3,26 para R$ 3,40.

Em Santa Catarina o preço do quilo avançou de R$ 2,93 para R$ 3,01 na integração. No interior, a cotação avançou de R$ 3,22 para R$ 3,40. No Paraná o quilo vivo subiu de R$ 3,20 para R$ 3,40 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo avançou de R$ 3,03 para R$ 3,15.

No Mato Grosso do Sul a cotação passou de R$ 2,95 para R$ 3,02 na integração, enquanto em Campo Grande o preço avançou de R$ 3,45 para R$ 3,50. Em Goiânia, o preço teve elevação de R$ 3,70 para R$ 4,05.

No interior de Minas Gerais o quilo aumentou de R$ 3,85 para R$ 4,20. No mercado independente mineiro a cotação passou de R$ 3,60 para R$ 3,95.

Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis subiu de R$ 3,05 para R$ 3,20. Já na integração do estado a cotação subiu de R$ 2,80 para R$ 2,88.

 

 

Fonte: Agência Safras

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