‘Ação Empresarial: o Brasil não pode parar’ pretende unir campo e cidade, destaca ACRio

Seminario ACRio
Empresários durente Seminário ‘Ação Empresarial: o Brasil não pode parar’, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio). Foto: Divulgação ACRio

Mobilizar o maior número possível de municípios brasileiros, promovendo uma aproximação extensiva em todos os segmentos, iniciando pelo foco da cultura exportadora. Este é o principal objetivo do Movimento “Ação Empresarial: o Brasil não pode parar”, criado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio), sob comando do presidente Paulo Protásio. Ele também é um dos diretores da Sociedade Nacional de Agricultura e membro da Academia Nacional de Agricultura da SNA.

A iniciativa resultou na elaboração de um documento, que leva o mesmo nome do movimento, produzido após a realização de um seminário (também homônimo), em março deste ano, com o apoio de várias instituições, entre elas a SNA.

“No agronegócio, a ACRio propõe integrar e complementar o território urbano ao rural, acrescentando uma capacitação técnica e profissional crescente e gradual da cadeia produtiva das agroindústrias, junto aos mercados interno e externo”, explica Protasio.

O documento elaborado pela Associação, entidade que faz parte da Frente Sudeste das Associações Comerciais (FSAC), em conjunto com entidades parceiras, inclusive de outros Estados, deve ser entregue em breve ao governo federal.

“Os entendimentos com o governo federal têm sido pontuais e foram iniciados tendo por base uma aproximação regional focada nos municípios, a partir de reuniões realizadas em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nosso objetivo é tratar da retomada do desenvolvimento econômico do País de baixo para cima”, destaca o presidente da ACRio.

 

CENÁRIO POLÍTICO

No documento “Ação Empresarial”, empresários fazem suas críticas ao atual cenário político-econômico do Brasil e propõem mudanças. “O governo federal realizou, praticamente, uma operação de desmonte, justificada pela desorientação política. Agora, um bom tempo terá de ser consumido para reequilibrar as forças partidárias, além de concluir o impeachment”, salienta Protasio.

Segundo ele, “recentemente, cresceu no País a urgência de uma mudança, pela simples razão de ser um palco de diferenças que, afinal, não deveriam mais existir”. “Três décadas após a redemocratização, ainda falta ao Brasil alcançar a solução da organização autônoma da sociedade e da articulação entre Estado e a sociedade. Continuamos sem uma política para o futuro e sem projetos nacionais.  Reconhecer avanços no campo social não será mais suficiente, enquanto desaparecem a grande política e as ideias.”

 

 “recentemente, cresceu no País a urgência de uma mudança, pela simples razão de ser um palco de diferenças que, afinal, não deveriam mais existir”, diz o presidente da ACRio, Paulo Protasio, que também é diretor da SNA. Foto: Divulgação ACRio
“Recentemente, cresceu no País a urgência de uma mudança, pela simples razão de ser um palco de diferenças que, afinal, não deveriam mais existir”, diz o presidente da ACRio, Paulo Protasio, que também é diretor da SNA. Foto: Divulgação ACRio

RETOMADA DO EQUILÍBRIO

Para buscar o equilíbrio da economia brasileira, o presidente da ACRio acredita que, “neste momento, a combinação de inteligências dos líderes sindicais, empresários e políticos, diante das reclamadas e indispensáveis reformas, acabaria por transformar o ‘país do faz de conta’ em um país real”.

“Esperamos pela restauração dos interesses comunitários pela ‘coisa pública’, a retomada de padrões mínimos de compostura, o ânimo pelo trabalho produtivo e reconhecido, a solidariedade entre os diversos intérpretes como preparativos para a desejada mudança. Como disse o economista José Roberto, em nosso encontro do Rio de Janeiro, ‘é hora de revitalizar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tocar o processo da produção agrícola, enquanto a economia está mergulhada em depressão e há um razoável consenso de que a retomada dependerá da expansão das exportações e dos investimentos, sobretudo em infraestrutura, inclusive por meio da desestatização’”, comenta.

Na visão de Protasio, “é inexorável uma reestruturação financeira e patrimonial, do setor público ao privado, e o BNDES pode ser, no mínimo, um estrategista privilegiado desta cena”. “Já a retomada do crescimento não escapa da desestatização e do aumento de produtividade, tarefas que o Banco tem larga e antiga expertise. Ele será mais chamado a pensar e compartilhar ações e fontes do que a financiar sozinho. E nosso Movimento ‘Ação Empresarial: o Brasil não pode parar’ pode ser importante para identificar diversas oportunidades.”

 

NOVA EQUIPE ECONÔMICA

Na opinião do presidente da ACRio e diretor da SNA, a atual equipe econômica do governo do presidente interino Michel Temer “tem tudo para promover um acerto a curto e médio prazo”.

“O País está no CTI e, para poder andar, tem de ter seu tempo de cuidados intensivos para atingir a recuperação. O futuro é – como sempre foi – consistente e extraordinário, mas somente se o Brasil incorporar novas competências e se comprometer com novas tecnologias.  Creio haver, no mínimo, uma possibilidade razoável de que, após o embate e a decisão (sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff), as tarefas de reconstrução venham a ser tão urgentes que muitos as considerarão um fim unificador.”

Ainda conforme Protasio, “os perigos implícitos na incapacidade de se conseguir uma reorganização democrática poderão ser sentidos como uma pressão análoga: a do medo do desconhecido”. “Se este medo for associado à inteligência, e guiado por ela, o desafio presidencial de um planejamento democrático, com a participação de todos, poderá ser encaminhado eficazmente.”

 

AGRONEGÓCIO 

Como diretor da SNA, ele também avalia o atual cenário do agronegócio, que tem sustentado a balança comercial brasileira, com recordes de exportações de commodities, e segurado o Produto Interno Bruto (PIB).

“O setor agrícola tem tudo para ser o instrumento da mudança paradigmática nacional, em todos os setores: financeiro, mercadológico, logístico, tecnológico e até turístico-cultural. Na verdade, no interior do mundo rural do nosso País é aonde encontramos o Brasil real. Lá, o Brasil está em nossas mãos e não precisamos parar.”

 

O QUE DIZ O DOCUMENTO

No documento “Ação Empresarial: o Brasil não pode parar”, a ACRio mostra como a atual crise econômica afetou a iniciativa privada, provocando o aumento, principalmente, do desemprego em quase todo o território brasileiro (atualmente, 11 milhões estão desempregados). Aponta a necessidade de retomar o equilíbrio financeiro do setor público; e indica o peso da carga tributária “nos ombros” dos contribuintes e das empresas. Também ressalta a urgência de reestruturar as operações financeiras do setor público.

Entre as políticas de curto prazo necessárias, o documento sugere: a total desvinculação de receitas em relação a gastos; revisão e ampliação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); reformulação radical do processo orçamentário; revisão com redução de desonerações e subsídios; além da revisão e fechamento de empresas estatais redundantes e ineficientes.

Sobre as reformas a longo prazo, a ACRio e instituições parceiras propõem a simplificação do sistema tributário brasileiro; a reforma da Previdência Social; implantação de Sistema de Gestão, Controle e Mitigação de Riscos; revisão do Pacto Federativo.

Como conclusões de uma nova organização econômica para o País, o documento indica a necessidade de uma estrutura jurídica que garanta processos de contratação transparentes, competitivos e éticos, com baixos custos de negociação, implementação e resolução de disputas; e a necessidade de forte embasamento jurídico anticorrupção, com penalidades adequadas.

Para a organização político-social, mostra a necessidade de introduzir competitividade no sistema político; e a necessidade de introduzir valores éticos e sociais no processo educacional. Para mais informações, acesse www.acrj.org.br ou envei e-mail para acrj@acrj.org.br.

 

Por equipe SNA/RJ

 

GALERIA DE FOTOS

 

Quem esteve no Seminário ‘Ação Empresarial: o Brasil não pode parar’, na ACRio, em março:

 

A representante do movimento Vem pra Rua no RJ, Adriana Balthazar; o presidente da ACRio, Paulo Protasio; vice presidente da Associação Comercial de SP, Roberto Matheus. Foto: Divulgação ACRio
A representante do movimento “Vem pra Rua” no Rio, Adriana Balthazar; o presidente da ACRio, Paulo Protasio; o economista Claudio de Moura Castro; e o vice-presidente da Associação Comercial de SP, Roberto Matheus Ordine, se reuniram durante seminário da Associação Comercial do Rio. Foto: Divulgação ACRio

 

Economista e professor titular da UFRJ, Ney Ottoni de Brito; ex-ministro da Fazenda e presidente do Conselho Empresarial de Políticas Econômicas da ACRio, Marcílio Marques Moreira; e o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) José Roberto Afonso. Foto: Divulgação ACRio

 

Procuradora Regional da República no Rio de Janeiro, Silvana Batini, o presidente da ACRio, Paulo Protasio; e o 1º vice-presidente da ACRio, Ronaldo Chaer. Foto: Divulgação ACRio
Procuradora Regional da República no Rio de Janeiro, Silvana Batini; presidente da ACRio, Paulo Protasio; e o 1º vice-presidente da ACRio, Ronaldo Chaer. Foto: Divulgação ACRio

 

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