Soja fecha estável em Chicago, mas perdas no interior do Brasil chegam a 5%

Os contratos futuros da soja, fecharam em leve baixa na CBOT. Ainda muito limitado pela aversão ao risco observada no quadro financeiro mundial, os preços não encontram espaço para saírem de um intervalo determinado para as cotações que já dura meses na Bolsa de Chicago.

O primeiro vencimento – março/16 -, fechou o pregão cotado a US$ 8,53 o bushel, em baixa de 2 centavos, enquanto o maio/16, referência para a safra do Brasil, fechou a US$ 8,61, em baixa de 2,50 centavos. O julho/16 fechou cotado a US$ 8,67½, em baixa de 2,50 centavos . As cotações se comportaram com essas variações muito tímidas durante todo o dia, e ainda têm respeitado, principalmente, os US$ 8,50 como um suporte para os contratos mais negociados.

“O mercado em Chicago só tem visto o financeiro e quase nada dos fundamentos”, disse Vlamir Brandalizze. E nesta segunda-feira, a exceção das baixas entre as commodities ficou por conta do café negociado em Londres, do açúcar em Nova York – que vem conseguindo absorver a força de seus fundamentos -, do petróleo – que subiu mais de 3% – e do ouro, com ganhos superiores a 1%.

Ainda segundo os analistas, as cotações seguem sem forças romper seu patamar de resistência, e garantir novas altas, ou o de suporte, consolidando novas baixas. Para que isso acontecesse, não só precisariam chegar novidades dos fundamentos, como os especuladores precisariam voltar ao mercado futuro americano, o que ainda não acontece em mais este início de semana.

No Brasil – Preços e conclusão da nova safra

No Brasil, ainda segundo Brandalizze, os produtores de soja têm se dedicado a avançar seus trabalhos de colheita da soja e cumprir seus contratos já firmados antecipadamente mais do que em efetivar novos negócios, que seguem acontecendo de forma pontual e com pequenos volumes.

De acordo com o último levantamento da consultoria AgRural, a colheita da safra 2015/16 de soja do Brasil já foi concluída em 33% da área, apresentando um avanço de 10% em relação à semana anterior e também ficando acima dos 29% do mesmo período do ano anterior.

E essa evolução, segundo o analista Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora já tem exercido alguma pressão sobre os preços da soja formados internamente no Brasil, bem como sobre os prêmios pagos para a oleaginosa nos portos. Ainda assim, porém, os prêmios seguem positivos nos principais terminais e atuando como um fator de suporte para os preços.

Em Paranaguá, as principais entregas de produto tinham prêmios entre US$ 0,20 e US$ 0,45 acima das cotações de Chicago, diante de uma demanda que segue forte e ainda muito presente entre os negócios.

Nesse quadro, sem uma direção bem definida para os principais componentes formadores dos preços, o mercado nacional acaba sentindo a influência pontual de alguns desses fatores. Assim, nesta segunda-feira, apesar da retomada do dólar e da estabilidade em Chicago, a saca da soja disponível e a saca futuro no porto de Paranaguá encerraram o dia com estabilidade e cotadas, respectivamente, a R$ 78,00 e R$ 77,50. Já no terminal de Rio Grande, queda de 1,25% no disponível para R$ 79,00 e de 1,14% para o produto a ser entregue em junho, que fechou cotado a R$ 79,90.

No interior, os preços também cederam e as praças onde a pressão foi maior se localizam em Mato Grosso, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto aos sindicatos rurais e cooperativas. Em Tangará da Serra, queda de 4,84% para R$ 59,00, e de 5,65% em Campo Novo do Parecis, onde a saca foi cotada a R$ 58,50. Nas praças do Sul do País as perdas foram mais amenas, com as cotações ainda variando entre R$ 68,00 e R$ 70,00.

Na outra ponta de formação dos preços da soja no Brasil há a volátil da taxa de câmbio. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana, que iniciou o dia em queda, se recuperou e fechou a sessão em leve alta de 0,15%, cotada a R$ 4,0035 para venda. Apesar disso, no mês de fevereiro, a divisa acumulou uma queda de 0,52% e interrompeu uma sequência de três altas mensais consecutivas.

Fonte: Notícias Agrícolas

 

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