Em Dourados, chuva agrava prejuízo em lavouras de soja e ameaça plantio do milho

Depois de alguns dias de estiagem neste mês, os agricultores de Dourados tiveram de suspender, mais uma vez nesta semana, a colheita da soja e o plantio do milho segunda safra, feito logo após as colheitadeiras retirarem a oleaginosa das lavouras. O motivo é o grande volume de chuva que cai na região desde domingo.

Se na cidade a chuva não chega a causar alagamentos e apenas agrava a situação das ruas esburacadas, no campo o excesso de umidade aumenta os prejuízos a cada dia que atrasa a retirada da soja. “O excesso de chuva já está provocando desconto maior na hora de entregar a produção no armazém, porque o grão está mais úmido”, afirmou nessa terça-feira, 23, ao Campo Grande News, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lucio Damalia.

Conforme a estação agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste, a chuva acumulada neste mês foi de 143 milímetros até ontem, mas nesta terça a precipitação já chega a 18mm e continua chovendo forte na região.

Produtividade menor

Damalia afirma que as perdas são inevitáveis, mas avalia que essa é uma realidade que o produtor está acostumado a conviver. “Toda safra tem um motivo para perda. Na minha lavoura, por exemplo, esperava colher 60 sacas de soja por hectare, mas estou colhendo 57. Está abaixo da minha expectativa, mas acima da produtividade da safra passada”, disse.

O dirigente ruralista disse que no município de Dourados, onde foram plantados 150.000 hectares com soja, a estimativa é de que pelo menos 60% das lavouras já tenham sido colhidas. Já em todo o Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, a colheita já foi feita em 42% dos 2.4 milhões de hectares.

Milho e estradas

Além do excesso de umidade, que já pode começar a apodrecer o grão de soja nas lavouras, os produtores douradenses estão preocupados com a dificuldade para semear o milho segunda safra, que é colhido no inverno.

“Ainda temos mais uns 20 dias para plantar o milho, mas as previsões indicam que a chuva vai continuar porque o Fenômeno El Niño está muito forte. Máquinas estão atolando nas lavouras e essa situação deve perdurar pelo resto desta semana”, disse o produtor rural.

Segundo o presidente do Sindicato Rural, as estradas continuam precárias em várias partes do município, mas os trechos mais críticos foram arrumados, com ajuda dos próprios agricultores. “O produtor colocou máquina, colocou caminhão, doou o cascalho, para poder ter condições de tráfego. Essa situação não era para existir. Pagamos o Fundersul, deveríamos ter estradas boas o ano todo”, reclamou.

Fonte: Agora MS

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