Desembolso para agricultura empresarial acumula leve alta em 2015/16

Apesar das queixas de produtores rurais em acessar financiamentos ao longo do ano passado, o volume de crédito rural contratado pela agricultura empresarial nos seis primeiros meses da Safra 2015/16, entre julho e dezembro de 2015, teve ligeira alta, de 0,24% em relação ao mesmo período da temporada anterior, alcançando R$ 76.5 bilhões.

Considerando apenas as contratações para custeio, houve aumento de 20,6%, para R$ 51.2 bilhões nesse mesmo intervalo de comparação. Por outro lado, seguindo a tendência de queda ao longo de toda a atual safra, os financiamentos para investimento recuaram 40% para R$ 13 bilhões. As contratações de crédito para comercialização também caíram, 2%, para R$ 12.1 bilhões.

“O crescimento de custeio não foi tão expressivo como em anos anteriores, mas mesmo assim esse crescimento de 20% em relação à safra passada demonstra que a gente acertou nas nossas negociações dentro do governo para priorizar o crédito para custeio”, disse o ministro interino da Agricultura, André Nassar. “Isso mostra que a agricultura não perdeu a confiança ainda, ela continua confiante”, concluiu.

Quando se comparam as fontes do crédito, as operações de custeio e comercialização com recursos de juros subsidiados pelo governo cresceram 12,5% para R$ 55.7 bilhões. Já os financiamentos com juros livres, grande aposta do governo para incrementar a oferta de crédito no atual Plano Safra 2015/16, também aumentaram, mas num ritmo menor do que o projetado pelo ministério: o montante contratado cresceu 43,4% para R$ 7.7 bilhões.

Entretanto, esse volume contratado a juros livres teve um desembolo relativo de 15% em relação ao inicialmente previsto pelo Plano Safra, patamar inferior ao de 23% obtido na safra 2014/15.

Quando se analisa o número total de operações de crédito rural nesse período, no entanto, os bancos fecharam 388.500 contratos, resultado 18% menor que no mesmo intervalo da safra 2014/15. Esse quadro pode ser explicado pela grande queda nas contratações de investimento e pelo fato de em 2015/16 o produtor não poder mais ultrapassar o limite de financiamento para custeio que até no ciclo anterior era permitido, disse Nassar.

Os bancos públicos continuam concentrando a maior parcela de desembolsos a juros subsidiados (do Plano Safra), tendo liberado R$ 35 bilhões nos seis primeiros meses da temporada 2015/16, número 33% maior que o aplicado em 2014/15 nesse mesmo período. Já nos bancos privados houve um recuo de 14% para R$ 15.3 bilhões nesses desembolsos. As cooperativas de crédito conseguiram manter em R$ 5.4 bilhões as concessões desse crédito, após amargarem vários meses com queda devido a dificuldades em captar recursos.

 

Fonte: Valor Econômico

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp