Os estoques mundiais de grãos estão no maior patamar dos últimos 29 anos. São 454 milhões de toneladas, 1,6% acima do volume da safra anterior.
Os dados são do IGC (conselho internacional de grãos), entidade que acompanha as evoluções da produção e do mercado mundial de grãos.
Esses dados não incluem os de estoques de arroz, que serão de 94 milhões de toneladas no final da safra 2015/16.
Só milho e trigo somam 409 milhões de toneladas, enquanto aveia, cevada e outros grãos têm uma participação menor nesse volume.
Para a safra 2015/16, o IGC estima uma produção de 2 bilhões de toneladas de trigo, milho, aveia e cevada. Está fora desse cálculo o arroz, cuja safra será de 474 milhões.
Um volume de safra tão elevado e patamares recordes de estoques estão entre as principais causas da atual queda de preços das commodities no mundo.
Entre os destaques na formação desses estoques mundiais está a China, país que vinha sustentado os preços de boa parte das commodities nos últimos anos.
Com a elevação de seus estoques internos de grãos, o país asiático deverá participar menos do mercado externo. Deve comprar apenas no período de preços baixos.
Entre as oleaginosas, a produção de soja também se mantém elevada.
Na avaliação do IGC, a safra 2015/16 renderá 319 milhões de toneladas. Mas os estoques mundiais caem para 94 milhões de toneladas, após terem atingido 107 milhões na safra anterior.
A demanda mundial por milho e farelo de soja inibe um crescimento maior dos estoques desses itens. A procura mundial por proteínas cresce, elevando o consumo desses produtos.
Um índice de preços do IGC aponta queda de 17% nos preços dos grãos neste ano, em relação ao anterior.
Enquanto o trigo caiu 22%, o milho ficou 7% mais barato no período.
A soja teve recuo de 19%, uma queda superior aos 14% do arroz nos últimos 12 meses.
Fonte: Folha de S.Paulo