Temperaturas mais altas com seca prolongada, que favoreceram a queda do nível de infestação de pragas nas lavouras, a valorização do dólar frente ao real e um número maior de produtos em estoque nos canais de distribuição são responsáveis pela redução de 25% nas vendas do setor de agroquímicos no País. O balanço, referente ao primeiro semestre deste ano, foi divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), no último dia 25 de agosto.
“Sem a necessidade de aplicar defensivos agrícolas no campo, o produtor rural costuma não investir em tecnologia e os canais de distribuição não precisam reabastecer seus estabelecimentos comerciais”, comenta Silvia de Toledo Fagnani, vice-presidente executiva do Sindicato.
De acordo com ela, a dificuldade de acesso ao crédito continua, “o que tem levado o agricultor a esperar o momento mais adequado para efetuar suas compras”.
“O crédito, que ainda tem chegado de forma lenta ao mercado, e a questão de o produtor estar se adequando aos preços da soja, mais baixos se comparados aos valores de 2014, também afetaram o setor de defensivos agrícolas”, destaca.
Diante do cenário, o Sindiveg espera um “ano flat”, ou seja, com “crescimento modesto, até porque 2015 será marcado pelos ajustes da indústria, em um ano de crise econômica”.
CAMPANHA CONTRA PRODUTOS ILEGAIS
Enquanto o cenário da economia brasileira não favorece o setor, o Sindiveg, em parceria com a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), segue com sua campanha nacional contra agroquímicos e medicamentos animais ilegais e contrabandeados, cuja nova fase foi lançada em abril passado, após 13 anos de implantação. O intuito é orientar agricultores e revendas sobre este tipo de atividade criminosa.
De acordo com o Sindicato, a maior parte dos produtos contrabandeados entra no Brasil pela fronteira com o Paraguai. Até 2010, os agroquímicos falsificados representavam apenas 5% das apreensões, mas, no ano passado, este número saltou para 50%. Isto significa, segundo a entidade, que o comércio de produtos falsos se equiparou ao de contrabando.
Para evitar a aquisição de agroquímicos de origem duvidosa e/ou criminosa, o Sindiveg orienta produtores rurais a observar três pontos simples na hora de comprar o produto: embalagem, rótulo e preço. O destaque é para rótulos de embalagens com inscrições em espanhol ou chinês ou até mesmo sem rótulos.
“Se o valor de venda está abaixo do praticado no mercado, também é de se suspeitar, pois os produtos ilegais chegam a custar até dez vezes menos”, avisa Silvia.
De acordo com a Andav, a campanha nacional contra os agroquímicos ilegais mantém, há mais de uma década, o serviço de Disque Denúncia: 0800 940 7030. Em 13 anos, foram recebidas mais de 12 mil ligações.
O contato por telefone é gratuito, anônimo e as denúncias são encaminhadas diretamente às autoridades policiais. Para mais informações sobre a campanha, acesse o site www.sindiveg.org.br.
Por equipe SNA/RJ