Quem comparecer ao 19º Congresso Brasileiro de Sementes, que começou nesta segunda-feira, 14 de setembro, e vai até quinta-feira, 17, em Foz do Iguaçu (PR), vai encontrar um histórico sobre o processo evolutivo da semente no estande da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no show room tecnológico do evento.
Sob coordenação da Embrapa Produtos e Mercado, a exposição mostra em ordem cronológica, a contribuição da Embrapa, tanto no desenvolvimento da genética, como na evolução dos sistemas de produção e sustentabilidade.
Na exposição da linha do tempo, o visitante vai encontrar informações sobre a cultivar de arroz BR/IRGA 409, primeira cultivar semi-anã, que deu origem às cultivares de arroz irrigado com alto rendimento de grãos no Rio Grande do Sul (1979); a primeira cultivar de soja adaptada para o bioma cerrado que recebeu o nome de Doko (1980). Ainda terá acesso à tecnologia de fixação biológica de nitrogênio (1980); à cenoura Brasília, primeira cultivar de verão e que deu origem ao desenvolvimento de diversas cultivares que estão no mercado atualmente (1981).
O visitante também vai encontrar o Teste Tetrazólio, que permite conhecer a viabilidade e o vigor da semente com as interferências do processo de infecção causado por patógenos; o Teste de Patologia de sementes que identifica os principais fungos que interferem no teste padrão de germinação das sementes (1984); e, do mesmo ano, a Brachiaria brizantha Marandu, que tem excelente produção de sementes, bom valor nutritivo, alto potencial produtivo e boa resposta à aplicação de adubo.
Anos 1990
E assim chegamos ao ano de 1990 com a cultivar Tanzânia-1 forrageira Panicum maximum que se destaca das demais disponíveis no mercado pela produção foliar 80% maior, superioridade em 30% a 40% na produtividade de sementes, além de promover ganho de peso/ha/ano 15% maior. É o primeiro resultado do convênio da Embrapa com o Institut de Recherche pour le Développement (IRD), instituição de pesquisa em ciência e tecnologia da França.
São diversas as contribuições que as instituições de pesquisa, de um modo geral e a Embrapa em especial desenvolveram para a agricultura atingir o patamar em que se encontra atualmente no país. Para falar de mais algumas sementes que fizeram história no desenvolvimento da agricultura do País, vale citar o feijão Pérola, lançado em 1994, que foi um divisor de águas no que se refere à qualidade de grãos de feijão do grupo comercial carioca.
Sua principal característica é a alta tolerância às principais doenças de solo que atacam a cultura do feijoeiro comum. Em 1997, uma cultivar de arroz se destaca por sua excelente qualidade de grãos e excepcionais características culinárias – a cultivar BRS Primavera.
Anos 2000
Em 2001 uma nova cultivar de Panicum maximum de porte baixo, tolerante a solos de baixa fertilidade com excelente produtividade de forragem e alta velocidade de rebrota, a BRS Massai é lançada com recomendação para pequenos ruminantes.
Tendo como marco inicial o ano de 2002 a empresa começou a disponibilizar no mercado algumas cultivares selecionadas de trigo de duplo propósito que reúnem características como, vigor de rebrote, resistência ao pisoteio, maior perfilhamento e enraizamento que são a BRS Figueira, BRS Umbu, BRS Guatambu e BRS Tarumã, esta de grande sucesso no Rio Grande do Sul, onde ocupa 10% da área de trigo, produzindo até 4.500 kg/ha de grãos com qualidade industrial semelhante ao trigo importado.
Em 2004 foi a vez do feijão-caupi BRS Guariba primeira cultivar de porte ereto e grande responsável pela expansão do cultivo do feijão-caupi na região centro-oeste, sendo também a primeira a ser exportada, abrindo mercado em vários países asiáticos e europeus. A BRS ValiosaRR, cultivar de soja tolerante ao herbicida glifosato com resistência aos nematoides de galha, surge em 2005.
No ano seguinte a Brachiaria brizantha BRS Piatã é adaptada a solos de média e boa fertilidade das zonas tropicais brasileiras. As qualidades da cultivar foram comprovadas para diversas regiões pecuárias do Brasil central, mostrando-se semelhante ou superior aos capins marandu e xaraés, além de ser resistente às cigarrinhas das pastagens e obter vantagens de produção e valor nutricional, adubação verde e recuperação de pastagens degradadas. Com alto potencial para alimentação animal adubação verde e recuperação de pastagens degradadas a BRS Mandarim (Cajanus cajan) surge em 2007.
Em 2008 e 2009 o mercado de cevada cervejeira ganha cultivares competitivas com as importadas quando a Embrapa lançou as BRS Cauê, BRS Elis e BRS Brau, com uma produtividade de 9.000 quilos por hectare, que só tem concorrentes na França e Inglaterra.
Em 2010 foi lançada a primeira cultivar de arroz híbrido recomendada para cultivo no Rio Grande do Sul, a BRS CIRAD 302 e, em 2012, o arroz BRS Esmeralda, cultivar de ampla adaptação e estabilidade de cultivo nas principais regiões produtoras do Brasil.
Em 2013, a Embrapa colocou no mercado a cultivar de trigo de grande sucesso entre os produtores e a indústria, o BRS Parrudo, que apresenta, em sua genética, um conjunto de características agronômicas como bom rendimento de lavoura, porte baixo, boa resistência ao acamamento, vigoroso sistema radicular e crescimento inicial rápido, além de grãos duros, vermelhos e vítreos, com ausência de grãos mosqueados e farinha de elevada força de glúten.
Em 2014, foi lançado o feijão com a melhor qualidade de grãos do grupo comercial preto o BRS Esteio, com potencial produtivo 8% superior à média de outros feijões e alta tolerância à antracnose.
Para fechar a exposição da linha do tempo, a BRS Tamani primeiro híbrido de Panicum maximum da Embrapa, lançado este ano. De porte baixo, resistente à cigarrinha das pastagens e alta produtividade e valor nutritivo. Indicada para engorda de gado bovino, principalmente no Bioma Cerrado.
Lançamento de publicação
O livro Manejo Integrado de Pragas de Grãos e Sementes Armazenadas, editado pela Embrapa, tem o objetivo de integrar procedimentos e técnicas para o controle de pragas em unidades armazenadoras de grãos ou de beneficiamento de sementes. A importância da publicação pode ser avaliada na medida em que na safra 2014/15, o Brasil produziu 208 milhões de toneladas de grãos, no entanto, a perda média dessa produção, devido a pragas nas unidades armazenadoras é estimada em 10%, segundo levantamentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A publicação é de autoria de Irineu Lorini, Francisco Krzyzanowski, José de Barros França Neto, Ademir Hennig e Fernando Henning e será comercializada no estande da Embrapa, durante o Congresso. Ela também pode ser adquirida no Setor de Publicações da Embrapa Soja pelo e-mail: cnpso.vendas@embrapa.br/ ou pelo telefone (43) 3371-6119.
Sobre o Congresso
Realizado desde 1979, o CBSementes é o maior evento da área, reconhecido dentro e fora do País. Reúne técnicos, produtores, empresários, pesquisadores, docentes e estudantes de graduação e pós-graduação vinculados ao setor de sementes, além das principais empresas do setor. Nesta edição, são esperados mais de 1.500 participantes.
O CBSementes tem como tema “A semente e a evolução tecnológica para os sistemas de produção”. Serão realizados durante o Congresso o XIII Simpósio Brasileiro de Patologia de Sementes, o VIII Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Sementes Florestais e o II Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras.
A programação técnica e científica traz palestrantes de prestígio internacional, com apresentação de painéis, sessões pôster, além de lançamento de livros.
A Embrapa participa também em palestras técnicas do evento. Veja a programação completa em: cbsementes.com.br/index.php/programacao.
Fonte: Agrolink