O décimo primeiro levantamento de safras realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para uma produção brasileira de algodão em pluma na temporada 2014/15 de 1.504.100 toneladas, ocupando uma área de 976.200 hectares, 13% menor que a temporada passada. A redução observada na área plantada foi influenciada pela atual conjuntura adversa, tanto interna quanto externa, onde os estoques elevados promovem a queda nos preços da pluma. Os dados foram divulgados nessa semana pela Conab.
A Região Centro-Oeste, principal produtora da fibra, apresentou grande redução de área neste exercício – 106.600 hectares. Entre os estados produtores da região, Goiás registrou redução de 37%, seguido por Mato Grosso do Sul com 17,1% e o Mato Grosso com 12,5%. Atualmente a cultura, tanto da primeira quanto da segunda safra, encontra-se nas fases de maturação e colheita.
Em Goiás, chuvas alternadas com dias ensolarados favorecem o desenvolvimento da cultura. Em algumas áreas onde o algodão apresentava os capulhos já abertos, as chuvas prejudicaram a qualidade da fibra. A incidência de lagartas e pragas, como a Helicoverpa armigera e bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), trouxe problemas nesta safra, ocasionando o aumento no número de aplicações. Em algumas regiões do estado, estão realizando pulverizações com dessecantes para adiantar a colheita do algodão.
O Mato Grosso, maior produtor nacional, teve a área de plantio da primeira safra bastante reduzida, em função do atraso das chuvas que se estenderam até janeiro. O plantio da segunda safra foi encerrado em fevereiro. Houve registros de foco de doenças e ataques da praga bicudo, sem trazer, porém sérios comprometimentos para a produtividade estimada. Até o momento cerca de 60% e 50% da colheita da primeira e segunda safras, respectivamente, já foram realizadas, com produtividades em torno de 260 arrobas por hectare de algodão em caroço. A expectativa para a próxima safra é de que a área de plantio seja mantida ou que haja uma pequena ampliação.
No Mato Grosso do Sul o controle do bicudo do algodoeiro é a principal ação nas propriedades produtoras de algodão nesse momento. Até a presente data já foram feitas em média 15 aplicações para controle desta praga. Apesar da presença constante deste inseto nos algodoais, os produtores têm alcançado bons resultados no seu controle e até o momento não há relatos de áreas onde os danos tenham superado os níveis do equilíbrio econômico.
O algodão primeira safra, plantado entre outubro e novembro de 2014, já foi colhido. As precipitações intensas que ocorreram durante junho prejudicaram a operação de destruição de soqueira, bem como danificaram as curvas de níveis construídas nas áreas que vão ser plantadas no próximo ano. Com relação à região noroeste, maior produtora estadual, o algodão se encontra nas fases de maturação e início da colheita. No centro-norte do estado, o algodão segunda safra está na sua maior parte em fase de maturação, com início da operação de colheita.
O bom regime de chuvas favoreceu um bom crescimento e desenvolvimento da cultura, o que gera expectativas de alta produtividade.
Na Região Sudeste, a área de cultivo de algodão em Minas Gerais, principal produtor regional, está estimada em 18.800 hectares, sinalizando uma redução de 10% em relação à safra anterior, acompanhando a tendência baixista nos preços de comercialização de pluma, motivada pelo aumento da oferta mundial de algodão acima do crescimento do consumo.
O plantio de algodão em Minas Gerais normalmente se inicia a partir de 20 de novembro, quando se encerra o período de vazio sanitário de 60 dias, instituído como medida fitossanitária para prevenção e controle do bicudo. O plantio da safra de verão de algodão no estado se concentrou em dezembro, enquanto a safrinha foi plantada em fevereiro. As lavouras encontram-se predominantemente em fase de maturação, tendo sido colhida até o momento 16,5% da área plantada.
Estima-se uma produtividade média de 3.600 kg/ha, 3,8% maior em relação à safra anterior, a produção, devido à redução na área plantada, deverá ficar 6,6% abaixo do resultado obtido na safra passada, alcançando 67.700 toneladas de algodão em caroço.
Na Região Nordeste, segunda maior região produtora do País, o algodão deverá sofrer redução de 8,8% na produção geral, em decorrência do forte declínio na área plantada – 9,9%.
A Bahia é o maior produtor regional e o segundo maior produtor nacional. A principal região produtora desta cultura no estado é a região no cerrado baiano, onde a colheita está em andamento. Estima-se que foram colhidos 31% da área plantada e realizada a destruição dos restos culturais em pelo menos 10% dessa área, estimada nesta safra em 281.100 hectares. A produtividade média, a despeito das chuvas em abril/maio, que trouxeram algum comprometimento para os frutos situados na parte baixa das plantas, deverá situar-se no patamar de 263 arrobas por hectare de algodão em caroço, representando um incremento de 2,1% em relação ao exercício passado.
No Maranhão, a área do algodão está concentrada nos municípios situados no entorno de Balsas, extremo sul do estado. As lavouras encontram-se bem desenvolvidas e em estágio de maturação na sua maior parte. Não evidenciamos perdas significativas em função de pragas (notadamente o bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis) e doenças. As condições climáticas favoreceram, de maneira generalizada, o estabelecimento da cultura. O início da colheita do algodão ocorre em julho, se estendendo até agosto e setembro. A estimativa de produtividade para as lavouras da região está em torno de 3.984 kg/ha.
No Piauí ocorreu aumento na área plantada de 17,5% em relação ao exercício anterior. A cultura encontra-se em fase intermediária de colheita, estendendo de julho a agosto. O rendimento esperado até o momento situa-se na faixa de 3.402 kg/ha.
Fonte: Conab – Companhia Nacional de Abastecimento