EUA 2015/16: Consultor aumenta estimativa para produtividade de milho e mantém para soja

Um dos mais importantes consultores em agronegócio, Michael Cordonnier, divulgou as suas estimativas de produtividade para soja e milho da safra 2015/16 dos Estados Unidos e trouxe números maiores para o cereal e manteve inalterada sua projeção para a oleaginosa.

Para o milho, o rendimento esperado por Cordonnier aumentou em 1,6 sacas por hectare (1,5 bushel/acre) para 174,1 sacas/hectare (ou 164,5 bushels/acre). O consultor destacou, para essa revisão positiva, chuvas oportunas beneficiando os campos mais ao oeste e noroeste do Corn Belt.

Para a soja, a produtividade esperada é de 49,32 sacas por hectare (43,5 bushels/acre), mas ainda assim ele tem um sentimento positivo sobre a cultura nos EUA, segundo o site internacional Pro Farmer.

Sobre as chuvas recentes, o consultor diz que “os bons níveis de umidade estão mantendo o milho, no oeste do cinturão, em condições muito boas. Houve muita chuva nas áreas central e sul de Iowa, norte do Missouri, mas essa foi uma exceção e não a regra no Corn Belt”.

Enquanto isso, no leste do Meio-Oeste, Cordonnier afirma que mais chuvas ainda são necessárias devido às lavouras que estão com suas raízes mais superficiais. “Nas últimas duas semanas, muitas áreas de Illinois, Indiana e Ohio receberam precipitações limitadas até o último domingo à noite (2), quando as chuvas foram mais volumosas e mais generalizadas do norte e nordeste de Indiana ao noroeste de Ohio”, explica.

Os reportes sobre os estados de Ohio e Indiana já indicam, ainda de acordo com o consultor, que áreas mais secas já começam a sofrer com o stress hídrico em alguns pontos, principalmente nas regiões de solos mais arenosos e onde o milho também tem raízes mais superficiais.

Cordonnier informou ainda as suas expectativas para a produção norte-americana. No caso da soja, elas variam entre 89.9 milhões e 104,2 milhões de toneladas, com uma média de 97.4 milhões de toneladas. Para o milho, o intervalo fica entre 327.4 milhões e 343.9 milhões de toneladas, com uma média de 336.6 milhões de toneladas.

Boletim do USDA

Na próxima quarta-feira, 12 de agosto, o USDA divulga o seu boletim mensal de oferta e demanda e as expectativas – e crescentes especulações – do mercado já são bastante nítidas. Para alguns consultores e especialistas, esse poderá ser um dos dias mais nervosos para o mercado internacional, pois se especula, principalmente, se os impactos severos de adversidades climáticas no início da nova temporada serão reportados.

Em seu último boletim, o USDA estimou a produção de soja em 105.73 milhões de toneladas, com uma produtividade de 52,17 sacas por hectare. A área de plantio no caso da oleaginosa foi estimada em 34.44 milhões de hectares, número que surpreendeu o mercado depois do excesso de chuvas nas primeiras etapas dos trabalhos de campo no Meio-Oeste dos EUA.

Para o milho, o USDA projetou, em seu boletim de julho, a safra 2015/16 em 343.7 milhões de toneladas, com um rendimento de 174,5 sacas por hectare. Já a área plantada com o cereal foi estimada em 36 milhões de hectares.

“Nos próximos dias, em especial, devemos ter um mercado também voltado à parte especulativa com relação aos números do próximo dia 12 do USDA”, disse a analista da Labhoro Corretora, Andrea Sousa Cordeiro. “As condições climáticas estão favoráveis, os dois principais modelos (de previsões do tempo) – o americano e o europeu – estão em linha, prevendo rodadas de chuvas, trabalham com temperaturas não tão altas, nenhum calor extremo está previsto”, disse.

Para a analista, nesse próximo relatório os destaques deverão ficar por conta da área plantada e da produtividade. “Essa combinação de redução de área, que é fato, embora ainda não se saiba sua extensão, quando associada a essa redução de produtividade, resulta na pergunta: o USDA vai reduzir a produtividade no próximo relatório? Nós acreditamos que sim, talvez não tanto quanto algumas casas imaginam, mas se associarmos essa redução de área com uma redução de produtividade maior teriam impactos nos estoques finais da safra norte-americana”, disse.

Dessa forma, Andrea acredita ainda que o mercado já cria expectativas de que os estoques devem diminuir nessa nova temporada nos EUA. “É impossível o quadro, com uma redução de área de pelo menos 1 milhão de acres, com uma queda de produtividade seja ela qual for, que tenhamos a mesma safra. Porém, a pergunta que vale muitos milhões de dólares é de quanto será essa redução na produtividade”, disse a analista.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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