Os resultados ontem divulgados pela SECEX/MDIC apontam, para as carnes, desempenho médio inferior ao da semana inicial do mês, pois, pela média diária, a receita cambial da segunda semana de junho (7 a 13, cinco dias úteis) recuou para US$ 57.483 milhões, valor que corresponde a uma queda de 25% em relação a semana anterior.
De toda forma, esse índice de redução não pode ser levado ao pé da letra, porquanto – como o AviSite observou na semana passada neste mesmo espaço – o resultado da primeira semana pode ter sido inflado ao considerar-se o feriado de 4 de junho um dia “não-útil” para as exportações. Porém, mesmo supondo-se que a receita da semana distribuiu-se ao longo de cinco dias úteis (e não apenas de quatro), o resultado final permanece negativo.
Naturalmente, a contabilidade adotada se reflete no resultado acumulado nas duas primeiras semanas do mês. Assim, oficialmente, a receita média diária do período é 13,2% superior à média diária de maio passado e 4,1% inferior à de junho de 2014. Mas se aceito que a receita global do período se distribuiu ao longo de 10 dias úteis (e não apenas de 9), a média diária do período recua para menos de US$ 60 milhões, ficando próxima do resultado médio de maio passado.
Por sinal, um dos efeitos desse processo pode ser observado nas exportações de carne de frango que, de acordo com a SECEX/MDIC, ficaram próximas de 165.000 toneladas nas duas primeiras semanas do mês.
Pois bem: aceito que esse volume foi embarcado no decorrer de nove dias úteis tem-se, em uma projeção para junho corrente (21 dias úteis), o total de 384.300 toneladas – só de carne de frango in natura, isto é, sem contar as cerca de 30.000 toneladas normalmente exportadas de industrializados e carne salgada. Assim, seria superado o recorde que permanece desde maio de 2012: total (quatro itens) de 374.900 toneladas.
Não que esse volume seja inalcançável, pelo contrário. Mas no momento, o mais lógico é considerar que os embarques das duas primeiras semanas do mês se desenvolveram ao longo de 10 dias.
No entanto, mesmo nesse caso, as exportações brasileiras de carne de frango tendem a atingir volume invejável. Pela SECEX/MDIC, o maior volume de carne de frango in natura já exportado pelo Brasil foi registrado em julho do ano passado e ficou em pouco mais de 337.000 toneladas. Já nas projeções de junho corrente o total mensal pode superar as 345.000 toneladas.
Normalmente, à medida que o mês avança, os embarques tendem a sofrer diluição. Mas, sem dúvida, junho de 2015 tende a registrar novo recorde.
Fonte: AviSite