Ao primeiro olhar, os dados da SECEX/MDIC relativos às exportações de carnes da primeira semana de junho criam, para dizer o mínimo, altíssimas expectativas. Pois, pela receita média diária, além de apresentarem aumentos de 31,5% e 11,5% sobre, respectivamente, o mês anterior e o mesmo mês de 2014, colocam-se como o melhor resultado não apenas dos últimos 13 meses, mas de toda a moderna história das exportações brasileiras de carnes.
Mas… devagar com o andor. Porque tais resultados parecem ser apenas contábeis. Consideram que a primeira semana de junho (1 a 6) teve apenas quatro dias úteis quando, na realidade, os embarques prosseguem mesmo em alguns feriados. Ou seja: aceito que as exportações da semana decorreram ininterruptamente entre segunda e sexta-feira, a receita média diária ficou em US$61,417 milhões, este sim um valor mais condizente com o que vem ocorrendo no ano.
Ainda assim, há um claro sinal de que o processo caminha melhor que em meses anteriores. Tome-se como exemplo a carne de frango. Pela SECEX/MDIC, os embarques registraram média diária de 20.691 toneladas, o que, em quatro dias, resultou em um volume total de 82.764 toneladas.
Claro, há um exagero nessa média diária. Porque, projetada para os 21 dias úteis do mês, sinaliza embarque total da ordem de 434.511 toneladas só de carne de frango in natura, volume nunca atingido pelos exportadores brasileiros (o recorde, até agora, são as 338.399 toneladas alcançadas em maio de 2012).
Considere-se, porém, que essas 82.764 toneladas foram embarcadas não em quatro, mas em cinco dias úteis. A média diária recua para 16.552 toneladas, 20% menos que o apontado pela SECEX/MDIC. No entanto, corresponde a um dos melhores índices das primeiras 23 semanas de 2015 e, se mantido, pode conduzir a embarques totais que ultrapassam o recorde insuperável há mais de três anos.
Como são prematuras as comparações em relação ao mês anterior ou ao mesmo mês do ano passado, por ora o que se destaca é o preço médio alcançado pelo produto, 2,25% superior ao de maio passado. De toda forma prevalece desvalorização de quase 15% sobre o preço médio de junho de 2014.
Fonte: AviSite